Moradores de Lajeado, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, decidiram construir, por conta própria, um presídio feminino. Com o aumento no número de detentas, devido ao envolvimento no tráfico, as mulheres condenadas por algum crime têm de se levadas para outras penitenciárias da região.
"Cansamos de esperar, resolvemos assumir essa bronca, essa obra que era do estado, mas que a comunidade resolveu fazer e vai sair", garante o presidente do Conselho Comunitário de Assistência ao Preso e da Pastoral Carcerária, Miguel Feldens.
As obras começaram há dois meses. O primeiro presídio feminino do interior do estado terá capacidade para 72 mulheres e até sala especial para amamentação, e deverá ser inaugurado no final deste ano. O dinheiro para a construção do presídio sairá da parceria com o Judiciário e o Ministério Público, na qual as penas aplicadas são revertidas em multas.
As prefeituras de Lajeado e Estrela também prometeram ajudar. A obra está orçada em R$ 800 mil e inclui ainda um novo albergue masculino com 115 vagas, que não estava previsto no projeto da Secretaria de Segurança.
"Nós estaríamos, tranquilamente, economizando pelo orçamento dado pelo estado R$ 2,2 milhões", explica o presidente da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública, Dani José Petry.
Segundo Petry, quase metade do dinheiro necessário já foi arrecadada. "Temos em torno de 47% do valor estimado para custear a obra".
Além dos voluntários, 10 presos trabalham na obra. "Cada tijolo é uns minutos a menos que estamos aí", diz um dos detentos, sem se identificar
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