O governo federal demitiu Roberto Dias do cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde. O ato de demissão será publicado a pasta na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (30).
Dias era responsável por todas as compras do Ministério da Saúde e
foi acusado pelo representante da empresa Davati Medical Supply de pedir
propina de US 1 por dose da vacina AstraZeneca, durante um jantar, em
Brasília, como condição para fechar contrato.
Ele ocupava o cargo desde o início do governo de Jair Bolsonaro, nomeado
pelo então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é filiado ao
DEM, por indicação do seu velho amigo e controvertido ex-deputado
Abelardo Lupion (DEM-PR), hoje representado na Câmara pelo filho,
deputado Pedro Lupion (DEM-PE).
Mandetta chegou a convidar o velho amigo para assumir a Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, mas
ele declinou. Sempre foi do tipo que prefere, digamos, a discrição.
Embora não tenha aceitado cargo para ele próprio, não perdeu a chance de
indicar Roberto Dias, de sua confiança, para a ambicionada função de
chefe de todas as compras do ministério.
A decisão de demitir foi tomada na manhã desta terça-feira (29), segundo
nota divulgada pelo Ministério da Saúde esta noite, e confirmada após a
denúncia da empresa Davati sobre o pedido de propina. Também hoje, o
governo cancelou o contrato com a empresa Precisa para a compra de 20
milhões de vacinas Covaxin.
Do Blog: Uma raposa cuidando do galinheiro.