Um total
de dez assaltos a agências dos Correios. Esse é o número de ações
criminosas promovidas, em apenas 12 meses, por uma quadrilha denunciada
pelo Ministério Público Federal (MPF). Entre maio de 2017 e maio de
2018, Kleber Jota Barbosa, conhecido como “Cabeludo”, liderou um grupo
com outras 11 pessoas – contando com dois ainda não identificados e um
menor de idade – que realizaram roubos em sete cidades do Rio Grande do
Norte.
Além do
líder da organização, tornaram-se réus seu cunhado, Jadson Cardoso
Varela; a irmã de Kleber e companheira de Jadson, Cláudia Jéssica Jota
Barbosa; Nyelton Cunha do Nascimento e seu pai Nivaldo Ribeiro do
Nascimento; Sebastião Ivanildo da Silva, o “Nildo Madruga”; Francisco
dos Santos Moura; Francisco Adalázio Mendes, o “Socó”; e Josimar
Pinheiro Pedro, o “Véio”. Desses, cinco se encontram presos: Kleber e
Nildo Madruga, em Alcaçuz; Jadson, Nyelton e Francisco dos Santos, no
Centro de Detenção Provisória da Zona Sul.
A atuação
da quadrilha foi investigada na “Operação Xavantes”, que levantou
provas da participação do grupo em assaltos a três agências de Natal (na
Rua Princesa Isabel e duas vezes no Bairro Pitimbu), além das de
Extremoz, Ceará-Mirim, Macaíba, Vera Cruz, Santa Maria, Parnamirim e
Nova Parnamirim. Os valores roubados totalizaram R$ 626.742,27.
Os crimes
foram esclarecidos a partir de depoimentos de testemunhas, análise das
imagens das câmeras de segurança, provas apreendidas nas residências de
alguns dos integrantes, confissões dos participantes e dados telefônicos
obtidos através de autorização judicial. Os dois que ainda não foram
identificados eram conhecidos pelos comparsas como “Neguinho” e
“Tiozinho”. Outro não pôde ser denunciado em razão de ter apenas 17
anos, quando dos assaltos. Em relação a este, foi enviada uma cópia dos
autos das investigações para a Vara da Infância e da Juventude, a fim de
que sejam adotadas as providências cabíveis previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Organização –
A quadrilha agia quase sempre com dois integrantes entrando armados nas
agências, fazendo ameças a funcionários e clientes. Eles chegaram a
levar armas e munições dos vigilantes e, em um dos crimes, se passaram
por representantes da companhia de águas e esgotos. Já em outra ocasião,
renderam a tesoureira da agência quando ela se encontrava em um veículo
com o marido e a filha, que foram feitos reféns.
Kleber
Jota liderava o grupo, participou de todos os assaltos e era um dos
responsáveis pelo planejamento dos crimes, reunindo os comparsas e
definindo como agiriam. Jadson teve participação decisiva em oito dos
roubos e, embora tenha chegado a entrar nas agências, costumava ser o
responsável por dirigir para o grupo e dar proteção na área externa,
como “olheiro”.
Cláudia
Jéssica mantinha, durante os assaltos, os criminosos em contato através
de ligações telefônicas ou mensagens de redes sociais. Nyelton Cunha foi
“olheiro” em metade dos roubos, enquanto seu pai Nivaldo forneceu o
veículo usado em pelo menos duas oportunidades. Francisco dos Santos era
o responsável pelo armazenamento, guarda e fornecimento de armas e
munição.
Adalázio e
Josimar Pinheiro foram responsáveis pela receptação de uma das armas
roubadas dos vigilantes e esse último, que é ex-policial militar,
auxiliou no assalto à agência da Princesa Isabel, intermediando a
entrega das armas utilizadas. Já Nildo Madruga, concunhado de Kleber,
atuou como “olheiro” em três dos crimes, ajudando ainda como motorista.
Ele foi preso junto com o líder da organização, em maio, quando tentavam
roubar um posto de combustíveis em Parnamirim.