Março é o mês da mulher e, não à toa, a campanha Março Lilás é voltada para a saúde feminina, em alusão a Prevenção e Combate ao Câncer de Colo de Útero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é considerado o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres – com exceção do câncer de pele não melanoma - e a quarta causa de morte pela doença, no Brasil. Em 2020 foram diagnosticados mais de 16 mil novos casos e o principal fator de risco é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), transmitido sexualmente.
A
infecção genital através desse vírus é frequente e não causa maiores
complicações. Contudo, em alguns casos surgem alterações celulares que
podem evoluir para o câncer. E o melhor caminho é o da prevenção do HPV e por meio de exames preventivos, como o Papanicolau, ao qual rastreia alterações nas células do colo do útero, e quanto mais cedo diagnosticadas, maior a chance de cura.
Sobre
os sintomas, a oncologista da Clínica de Oncologia e Mastologia de
Natal, Dra. Lygia Soares comenta que o câncer de colo de útero é uma
doença de desenvolvimento lento e que pode não apresentar sintomas na
fase inicial. “Já nos casos mais avançados, pode evoluir com sangramento
vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal
anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais”,
esclarece.
O
início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros; tabagismo -
uma vez que a doença está relacionada à quantidade de cigarros fumados; e
uso prolongado de pílulas anticoncepcionais aumentam os fatores de
risco. E o principal meio de prevenção do câncer de colo de útero é
diminuindo o risco de contágio pelo HPV, pois a
transmissão da infecção advém por via sexual, o que, consequentemente,
sua prevenção dar-se também a partir do uso de preservativos (camisinha
masculina ou feminina). Durante a relação sexual com penetração, a
camisinha protege parcialmente do contágio do HPV, que também é capaz de
ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, região perineal e
bolsa escrotal.
E,
a vacina tetravalente, para meninas de 09 a 14 anos e meninos de 11 a
14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
Sendo os dois primeiros causadores de verrugas genitais e os dois
últimos responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo de
útero.
Tanto a vacina quanto o exame Papanicolau são complementos para a prevenção do câncer. Lembrando que as mulheres a partir dos 25 anos, mesmo vacinadas, o ideal é fazer exames preventivos periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.
“No
geral, as chances de cura são baseadas no estágio do câncer no momento
do diagnóstico. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de
cura”, enfatiza a Dra. Lygia. E, após o diagnóstico e estadiamento do
câncer (processo para determinar a localização e extensão da doença no
corpo), o médico é quem irá discutir junto ao paciente a melhor opção de
tratamento, levando em conta o estado de saúde, as preferências
pessoais do paciente e a idade.