Mais um político corrupto é condenado à prisão por receber propina da
construtora Odebrecht, no âmbito da operação Lava Jato, mas isso não
ocorreu no Brasil e sim no exterior.
Desta vez, o político condenado a 20 anos de prisão foi o
ex-presidente peruano Alejandro Toledo, segundo ocupante do cargo no
Peru a ser sentenciado ao cárcere, depois de Alberto Fujimori,
recentemente falecido, e o segundo presidente da América do Sul
condenado por roubar o próprio país. O outro foi Lula, atual presidente
do Brasil. Não por acaso, ambos são amigos.
Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a prisão em regime
fechado e cumpriu pena por mais de 500 dias por corrupção e lavagem de
dinheiro, até que o Supremo Tribunal Federal (STF) provocou perplexidade
ao apontar uma maneira de anular o julgamento inicial, que, apesar de
conduzido por Vara Federal, em Curitiba, deveria ter sido realizado em
Brasília.
Assim como Lula, Alejandro Toledo exerceu até as últimas
consequências o mais amplo direito de defesa. O brasileiro foi condenado
em todas as instâncias, da 13ª Vara Criminal de Curitiba ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), passando pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRT4), em Porto Alegre.
Depois do escândalo, durante o qual seus dirigentes confessaram
haver subornado integrantes do governo Lula, a construtora Odebrecht
mudou de nome para Novonor, para tentar não ser identificada com a
malfeitoria. Os ladrões condenados não precisaram fazer isso porque,
afinal, suas sentenças foram anuladas em razão de tecnicalidades e seus
crimes ficaram impunes.