A 69ª fase da Operação Lava Jato, iniciada nesta terça-feira (10),
investiga repasses de mais de R$ 100 milhões do grupo Oi/Telemar para
empresas de Fábio Luis Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente
Lula.
A Polícia Federal foi autorizada a cumprir 47 mandados de busca a
apreensão em três estados e no DF. O ex-presidente Lula não é alvo desta
operação.
O Ministério Público Federal (MPF) diz que as empresas do filho de Lula
(Gamecorp/Gol) não tinham capacidade de prestar os serviços para os
quais foram contratadas pela Oi/Telemar. O grupo Gamecorp/Gol desenvolve
livros e aplicativos para celular, entre outros serviços ligados à
tecnologia.
A PF chegou a pedir as prisões temporárias de Fábio Luis e outros cinco
diretores do grupo. Porém, a juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª
Vara da Justiça Federal, em Curitiba, entendeu que as prisões não eram
necessárias com base em um parecer do MPF.
Segundo o MPF, o repasse de R$ 132 milhões ocorreu entre 2004 e 2016 –
período em que o grupo de telecomunicações foi beneficiado por medidas
do governo federal, então comandado pelo PT. A PF diz que os repasses da
Oi/Telemar chegam a R$ 193 milhões.
Só a empresa Gamecorp, do filho do Lula, recebeu R$ 82 milhões, de
acordo com o MPF e a Receita Federal. Porém, conforme constatado pelos
auditores fiscais, a Gamecorp não tinha mão de obra para esse tipo de
prestação de serviços na área de telefonia.