O
Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 54 pessoas
envolvidas no tráfico de, pelo menos, oito toneladas de cocaína para a
Europa, através do Porto de Natal e de diversos outros portos do país.
Além da droga apreendida quando estava sendo remetida para o exterior,
outras seis toneladas foram encontradas em posse do grupo - a maior
parte no município de Areia Branca (RN) -, em julho deste ano.
A
organização criminosa liderada por João Paulo Ribeiro, conhecido como
“Bokinha” ou “BK”, era formada em sua maioria por paulistas, mas
ultimamente estava concentrada no Rio Grande do Norte, com ramificações
nos portos de Santos/SP, Salvador/BA, Fortaleza/CE e Belém/PA. Eles
aproveitavam contêineres com diversos tipos de produtos e os
“contaminavam” (termo pelo qual é conhecido o ato de incluir as drogas
em meio a cargas lícitas). Além de entrar nos portos já com os
contêineres “contaminados”, em pelo menos uma das vezes o grupo tentou
levar a droga diretamente para um navio, a partir de uma lancha,
modalidade conhecida como “içamento”.
As oito toneladas representam o somatório de diversas cargas apreendidas a caminho ou já dentro de portos do Brasil, assim como ao chegar nos portos europeus. No último dia 13 de julho, a Polícia Federal encontrou mais seis toneladas em posse da quadrilha, sendo 5,15 toneladas na cidade de Areia Branca, litoral norte potiguar (outros 960 kg estavam em Santos/SP e 39 kg em Salvador/BA). Foi a maior apreensão de drogas já realizada no Rio Grande do Norte.
O
MPF concluiu que a organização trabalhava a partir de, pelo menos, três
núcleos: um funcionando na Região Metropolitana de Natal (com a base
operacional em São José de Mipibu); outro em Areia Branca (onde
prepondera a modalidade de içamento); e um terceiro formado por pessoas
ligadas à empresa Global Log, responsável pela logística necessária para
o envio de drogas para a Europa, buscando junto a empresas de carga
contêineres nos quais pudesse inserir a cocaína, além de negociar com os
operadores internacionais.