No
Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata,
segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A
organização aponta ainda que o câncer de próstata é o segundo mais
comum entre os homens, e o Ministério da Saúde calcula que ele causa a
morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas
no Brasil. Esse tipo é considerado como um câncer que acomete mais
pessoas da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no
mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O Inca estima ainda a ocorrência de
68 mil casos novos em 2018 no Brasil, mostrando tendência de aumento das
taxas de incidência, que pode ser explicada pela evolução dos métodos
diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de
informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
A
próstata é uma glândula que só o homem tem e que se localiza na parte
baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata
produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides,
liberado durante o ato sexual. O órgão envolve a porção inicial da
uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada – por
isso os primeiros sintomas do tumor são a dificuldade de urinar,
frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina,
dentre outros. Na fase inicial, por ter poucos sintomas, o câncer de
próstata pode evoluir, na maioria dos casos quando o homem procura
atendimento por apresentar os sinais, já estão em fase avançada,
dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores
ao urinar; vontade de urinar com frequência e presença de sangue na
urina e/ou no sêmen.
Os tumores podem crescer
de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar à
morte. Contudo, a grande maioria cresce de forma lenta, não apresentando
sinais e sintomas, o que faz com que os homens não busquem atendimento
médico e negligenciem a saúde. Essa falta de cuidado pode prejudicar
também o tratamento e a sobrevida. Por essa razão é importante fazer
exames anuais da próstata.
O urologista Carlos
Eduardo Chaves, da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer e da clínica
Pneumocentro, elencou quem está mais vulnerável ao câncer de próstata.
“O histórico familiar é o principal fator de risco. A obesidade é motivo
de ameaça geral para todo tipo de câncer. Além disso, as estatísticas
mostram a raça negra mais vulnerável à essa doença. Isso porque a
Vitamina D reduz os riscos do câncer, e pessoas negras possuem maior
carência de Vitamina D”, contou.
Como os homens devem se cuidar?
Homens
a partir dos 50 anos devem procurar um serviço de saúde para realizar
exames de rotina. O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas
limitações: somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser
palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático
específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma
proteína produzida pela próstata, o que seria um indício da doença. Para
um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da
glândula, obtida pela biópsia da próstata.
De
acordo com Carlos Eduardo Chaves, durante a campanha Novembro Azul se
aumenta a busca de homens pelo diagnóstico. “A descoberta da doença na
fase inicial tem 90% de chance de ser curada”, contou. Hoje, os homens
podem até marcar o exame ou consulta sem sair de casa e em poucos
cliques, através de aplicativos, como o Bomédico, do qual o urologista
faz parte.
O aplicativo pode ser baixado
gratuitamente nos sistemas iOS (App Store) e Android (Google Play). O
paciente não tem nenhum custo adicional pelos serviços agendados através
da plataforma.