O PL apresentou há pouco os resultados da auditoria que revela pontos
graves de falhas em mais de 279 mil urnas dos modelos anteriores ao
UE2020, que é auditável por meio dos logs (registros de atividades) das
urnas e que, nessas urnas, o presidente Jair Bolsonaro teria vencido as
eleições com 51,05% contra 48,95% do ex-presidente Lula.
O estudo foi conduzido pelo engenheiro Carlos Rocha, que deu
detalhes de como foi feito. Ele explicou que esse ano houve um avanço
grande pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na transparência do
pleito, o que foi considerado um avanço.
Rocha lembrou que, em agosto, houve uma reunião das entidades
fiscalizadoras e o TSE disponibilizou um glossário das eleições
informatizadas, que contém a descrição dos diferentes arquivos gerados
pela urna eletrônica.
“Logo após o final do 2º turno, o TSE, numa ação de transparência
extremamente positiva, publicou os três arquivos no portal de resultados
do TSE. Nesse portal, então, para cada seção eleitoral aparecem três
arquivos. O Boletim de Urna, cuja função é permitir às pessoas conhecer
os resultados de cada seção e, eventualmente, fazerem testes na
totalização. O segundo arquivo, que é o RDV, é o Registro Digital do
Voto, que tem como fim, segundo o TSE, permitir uma eventual recontagem,
é o arquivo que registra todos os votos. E o terceiro arquivo que o TSE
liberou foi o log da urna, que, segundo orientação do TSE, é um
elemento importante de auditoria para os partidos políticos e para as
entidade fiscalizadoras”, explicou.
Desses três, o mais importante é o log de urna, que funciona como
um diário da urna, desde a preparação até o fim do segundo turno.
“O programa lê dois dados, duas informações, diretamente do
hardware da urna. Ele lê, digamos assim, a estampa de tempo, que é data
hora, minuto e segundo e também lê o número de série da urna, chamado no
TSE de código de identificação da urna”, explicou.
Ao cruzar os dados, os técnicos constataram que as urnas modelo
UE2020 funcionaram perfeitamente. “São pouco menos de 193 mil urnas,
isso dá mais ou menos 40,8% de todas as urnas”, disse Rocha.
No caso das urnas de modelos anteriores, de UE2009 a UE 2015,
pouco mais de 279 mil urnas, foram encontrados esse número inválido no
local do número de série do equipamento. “Isso é um indício muito forte
de falha, de mal funcionamento da urna, porque é impossível associar o
registro de cada atividade ao hardware, ao equipamento físico que teria
gerado aquela atividade”, explicou.
O engenheiro Carlos Rocha disse que há previsão nas normas do TSE
sobre uma verificação extraordinária após o pleito nesses casos. “Por
isso é que nós gostaríamos de interagir construtivamente com o TSE e
avaliar com eles”.