O governador Robinson Faria (PSD) vai adotar a neutralidade no
segundo turno das eleições para o Governo do Estado e Presidência de
República. Com a tentativa frustrada de se reeleger ao cargo, ficando em
terceiro lugar na disputa do primeiro turno, obtendo pouco mais de 190
mil votos, ele diz que vai se dedicar para entregar um Estado
equilibrado financeiramente ao seu sucessor no executivo estadual.
“Vou
ficar neutro. Não vou tomar posição política. Não quero falar bem ou
mal dos candidatos envolvidos na disputa. Se o povo não me quis no
segundo turno, cabe a mim ficar na neutralidade, e em silêncio. Também
não vou me posicionar com relação aos que disputam a presidência”, disse
Robinson Faria, em entrevista.
Com
o término do mandato, ele pretende retornar ao setor privado a partir
de 1 de janeiro de 2019. “Depois de 32 anos de vida pública, como sempre
fui empresário, eu vou voltar para o setor privado. Quero cuidar da
minha vida e dos meus filhos”, relata. No entanto, ele não descarta
voltar para a vida a pública no futuro.
Robinson também reforça
que irá entregar um Rio Grande do Norte melhor do que recebeu. “Vou
trabalhar com motivação até o último dia de governo. Vou entregar um
Estado muito melhor do que recebi. Realizei mil e duzentas obras, apesar
de ter recebido um Estado falido, com sete anos de seca e sem ajuda da
bancada federal”, diz.
Na opinião do atual chefe do executivo, o
resultado adverso obtido nas urnas deste ano tem nome e sobrenome:
atraso salarial. O Governo do Estado não cumpre com o calendário de
pagamentos há dois anos. O 13º salário de 2017 de parte dos servidores
ainda não foi pago. “O servidor puniu quem o protegeu. A minha opção,
com o coração solidário, era perseverar – tentando vencer a crise para
colocar a folha em dia – ou ter tomado a medida drástica que era de
demitir até 20 mil servidores estaduais”, aponta.
Segundo Robinson
Faria, o Governo do Estado poderia realizar o corte de servidores –
comissionados e efetivos – com o objetivo de se adaptar aos ditames da
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Quando se ultrapassa quatro
quadrimestres acima do limite legal, o governador fica autorizado a
demitir servidores comissionados e efetivos. Eu poderia, numa canetada,
demitir 20 mil pessoas. O servidor que eu não demiti acabou não entendo
minha posição. Ficaram com a sensação de raiva e revolta. Os atrasos de
salários fizeram com que a população não votasse em mim. Joguei fora
minha reeleição para proteger 20 mil servidores”, lamenta.
Ainda
de acordo com o governador, a crise na segurança também afetou o
resultado nas urnas. Em 2017, o Rio Grande do Norte registrou 68
homicídios por grupo de 100 mil habitantes, o que representa uma das
taxas mais altas de todo o país. No entanto, ele avalia que combater a
violência não deve ser uma obrigação apenas dos Estado. “O Brasil
precisa discutir a segurança pública. É preciso discutir a legislação e o
apoio financeiro para os Estados. É preciso que o Governo Federal,
Estados e Municípios atuem de forma harmônica”, explica.
Sobre as
realizações do governo, Robinson Faria aponta para a ampliação da rede
de unidades hospitalares capacitadas para realizar cirurgias
ortopédicas. Os hospitais regionais de Pau dos Ferros e Caicó, por
exemplo, já promovem intervenções cirúrgicas.
O chefe do executivo
também considera importante as ações para garantir segurança jurídica
ao setor empresarial. “Vou entregar um Estado com segurança jurídica. E
isso vai trazer novos investimentos; é uma ponte para o futuro. Mais de
70% da produção de energia eólica do Rio Grande do Norte nasceu no
governo de Robinson Faria. Criamos as condições para que as empresas
estrangeiras se instalassem por aqui”, finaliza.