O general Braga Netto refutou, neste sábado (23), ter
tratado de golpe e muito menos do plano de assassinar o presidente Lula (PT),
seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
relatados no inquérito da Polícia Federal que o indiciou por tentar um golpe de
Estado para abolir a democracia no final de 2022. O ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do
governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda tratou como fantasia absurda a tese de que
haveria um “golpe dentro do golpe”, para não permitir que o então presidente
Bolsonaro seguisse governando após a tomada de poder.
“Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de
assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e
absurda de “golpe dentro do golpe”. Haja criatividade…”, escreveu Braga Netto,
ao divulgar nota de sua defesa técnica, nas suas redes sociais.
A nota assinada por três advogados do general prioriza o
repúdio veementemente de que Braga Netto trairia o presidente do qual foi
ministro e vice da chapa derrotada por Lula em 2022. E destaca que o general
sempre primou pela correção ética e moral na busca por soluções legais e
constitucionais, citando os postos de comando ocupados por Braga Netto no
Exército e no governo Bolsonaro.
Os advogados ainda lembram que Braga Netto foi um dos
poucos, entre civis e militares, a manter lealdade a Bolsonaro, até o fim de
seu governo. “E a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e
princípios inegociáveis”, enfatiza.
A defesa diz que a elucidação da verdade será alcançada pela
observância dos ritos do devido processo legal, bem como a responsabilidade de
cada um dos envolvidos nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões.
“Por fim, é vital levantar a questão a quem interessa este
tipo de ilação e suposição fora do contexto do inquérito legal, que ainda não
foi disponibilizado oficialmente para as defesas dos interessados”, finaliza a
nota assinada pelos advogados Luís Henrique César Prata, Francisco Eslei de
Lima e pela advogada Gabriella Leonel S. Venâncio.
A decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) citou
que a PF identificou uma minuta que previa instituir um “Gabinete Institucional
de Gestão da Crise” e apontava os nomes dos generais Augusto Heleno e Braga
Netto como comandantes deste órgão que seria criado por militares. Tal gabinete
seria criado após um golpe de Estado com assassinatos do presidente Lula,
Alckmin e do ministro Moraes, no final do ano de 2022.