30 de outubro de 2025
AO CONTRÁRIO DE LULA, MILEI PASSA A CONSIDERAR PCC E CV NARCOTERRORISTAS
O governo da Argentina, por meio da ministra da Segurança Patricia Bullrich, anunciou a classificação das facções brasileiras Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como “organizações narcoterroristas”.
Segundo Bullrich, a Argentina identificou ao menos 39 brasileiros presos no país, sendo cinco ligados ao Comando Vermelho e “sete ou oito” ao PCC.
A decisão foi divulgada em meio a uma grande operação de segurança que envolveu mais de 2,5 mil agentes no Rio de Janeiro, ação considerada a maior da história do estado, com mais de 100 mortos.
A medida enfatiza que na Argentina os membros das facções são identificados por meio de tatuagens e modus operandi, e mantidos isolados no sistema prisional para evitar sua atuação como “chefes” dentro das cadeias, prática que, conforme a ministra, difere da realidade brasileira.
O governo argentino também firmou dois acordos com o Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos: um para intercâmbio de informação e cooperação técnica no combate ao terrorismo, ao seu financiamento e ao crime organizado; outro para capacitação, apoio técnico e desenvolvimento tecnológico.
Com esse movimento, a Argentina se posiciona de forma mais firme no cenário regional em termos de segurança, sinalizando que o combate às facções criminosas transcende fronteiras.
‘JAPINHA DO CV’ ESTÁ ENTRE OS MORTOS DA MEGAOPERAÇÃO NO RIO
Uma mulher, que segundo a polícia era uma das principais combatentes do Comando Vermelho (CV), está entre os mortos pela forças de segurança em megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na última terça-feira (28).
Penélope, conhecida pelos apelidos Japinha do CV e “musa do crime”, foi atingida por um tiro de fuzil no rosto. Uma foto da criminosa morta circulou por redes sociais.
A traficante era considerada uma figura de confiança dos chefes locais. De acordo com a polícia, ela atuava na proteção de rotas de fuga e na defesa de pontos estratégicos de venda de drogas.
LULA RECUSOU AJUDA DOS EUA PARA NÃO TACHAR PCC E CV DE NARCOTERRORISTAS
Integrantes do governo de Donald Trump ofereceram, em maio, acordos de cooperação internacional entre os Estados Unidos e o Brasil, exigindo como contrapartida que facções brasileiras que atuam do narcotráfico internacional, como o PCC e o Comando Vermelho (CV) sejam classificadas como terroristas. Mas o governo de Lula (PT) respondeu que a legislação impede o país de relacionar tais organizações criminosas ao terrorismo, por não haver inclinação ideológica, mas a busca de lucro, como motivação dos crimes.
A recusa de ajuda foi ressaltada nesta quarta-feira (29) pelo advogado norte-americano Martin De Luca, que defende empresas do presidente dos EUA, a Trump Media. Segundo ele, o status de narcoterrorismo para as facções liberaria todo o poder das ferramentas antiterroristas americanas, como o compartilhamento de informações, rastreamento financeiro, congelamento de ativos e sanções.
O auxiliar jurídico de Trump destacou que tais recursos negados pelo Brasil seriam os mesmos que os norte-americanos direcionam para desmantelar, por exemplo, a rede global do Estado Islâmico, inclusive financeiramente. E classificou como “inevitável” a sangrenta guerra com 119 suspeitos e quatro policiais mortos, travada ontem entre forças de segurança do Rio de Janeiro e criminosos do Comando Vermelho, porque o governo federal está paralisado ou relutante em confrontar as facções.
De Luca atribuiu a uma desculpa de “soberania” à recusa do governo de Lula de firmar parceria antiterrorismo com os EUA. E acusou o petista de usar o mesmo argumento para defender “a censura, a corrupção em massa e a inação enquanto os brasileiros comuns vivem cada vez mais sob o domínio do crime organizado”.
“Agora, essas mesmas facções estão sobrevoando o Rio com drones e atirando contra a polícia com armas militares. E, em vez de apoiar as forças de segurança, o governo federal decidiu investigar os policiais e os funcionários públicos que tiveram a coragem de confrontá-los. O governo federal brasileiro precisa decidir que tipo de soberania deseja: uma que proteja seu povo ou uma que proteja seus criminosos”, concluiu o advogado de Trump.
Na semana passada, ministro da Justiça de Lula, Ricardo Lewandowski, argumentou que PCC e CV não podem ser considerados grupos narcoterroristas pelo governo, porque a legislação brasileira exige que “inclinação ideológica”, entre outros requisitos para serem relacionados a terrorismo.



