O ministro da Defesa, Raul Jungmann, iniciou na manhã desta quinta-feira (4) a Operação Potiguar, que tem por objetivo combater a onda de ataques criminosos que que vem ocorrendo no Rio Grande do Norte desde a sexta-feira (29). Ao todo, cerca de 1.200 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica vão se integrar às forças de segurança pública estadual. Os militares - provenientes de Pernambuco, Ceará e Paraíba e do interior do RN - devem ficar em Natal e na região metropolitana da capital até o próximo dia 16. Na solenidade de lançamento, o governador Robinson Faria quebrou o protocolo e apelou para que esse prazo seja estendido.
"Nós vamos recuperar a paz. O que estamos fazendo aqui no Rio Grande do Norte é um trabalho de integração, o que mostra a preocupação do governo federal com a situação desse Estado. Essa GLO (Garantia da Lei e da Ordem) tem amparo legal e visa ajudar o Governo do Estado a restabelecer a tranquilidade da população", disse Jungmann.
Os 1.200 homens, segundo o ministro, serão empregados no patrulhamento das ruas e na ocupação de corredores de ônibus, pontos turísticos, acesso ao aeroporto e na principais vias de Natal e da Grande Natal. Os militares podem fazer prisões em flagrante. "O objetivo é auxiliar no patrulhamento e, com isso, poder liberar os policiais que antes estavam nesses locais para ocupar outras áreas, inclusive cidades do interior do Estado". Os militares nâo têm poder para fazer incursões na periferia das cidades e também não irão ajudar nas investigações dos crimes.
Em entrevista coletiva, o governador Robinson Faria quebrou o protocolo e fez um apelo ao ministro Raul Jungmann. "Apelo em nome do povo do Rio Grande do Norte. Peço que seja feito um aditamento desse prazo de permanência das tropas aqui no nosso Estado. O ideal é que esses bravos homens fiquem conosco até o Governo do Estado conseguir implantar bloqueadores de celular em todas as unidades prisionais", pediu o governador. De acordo com Faria, o prazo para conseguir intalar os bloqueadores é de cerca de dois meses.
Após o pedido do governador, Raul Jungmann disse que irá analisar a solicitação. "Há a maior boa vontade do governo federal para ajudar o Rio Grande do Norte. Mas temos que estudar esse pedido. Se for possível, iremos atender esse pleito".