A Polícia Civil do Piauí investiga o caso desde o último dia 9, quando a vítima, Thaiane Ribeiro Neves, de 30 anos, procurou a delegacia de São Raimundo Nonato. Segundo o delegado Emir Maia, responsável pela coordenação das delegacias do interior do estado, foi aberto inquérito policial para investigar as publicações da dentista, que também teria compartilhado “notícias de cunho preconceituoso contra a filha de uma ex-amiga”. A delegada titular do Distrito Policial da cidade está à frente das investigações.
"Ela incita o ódio, o preconceito à raça negra, de forma que venha a atingir a honra e a dignidade de toda a raça negra", disse Maia.
Ainda de acordo com ele, Delzuite foi encontrada por volta das 6h desta terça-feira na Casa de Hospedagem do Professor, no centro de Teresina, já com passagem comprada para a cidade de São Paulo.
"Ela confirmou que foi ela mesmo quem divulgou aquelas notícias preconceituosas e odiosas. A prisão foi decretada porque ela estava foragida, não atendia a nenhum chamamento da polícia. Diligenciamos aqui na capital onde ela tinha uns endereços. Antes de ela ser odontóloga, era cabeleireira. Não foi muito difícil encontrá-la" disse o delegado.
Em entrevista, na última semana, a família da suspeita alegou que Delzuite sofre de transtornos mentais e afirmou que vai pedir na Justiça a internação da parente. "É por causa do descontrole mental que ela está assim. Quanto mais está sob pressão, mais se descontrola", explicou a mãe dela, de 73 anos, por telefone.
Thaiane, que também é dentista, contou estar indignada com o que está acontecendo. Ela frisou que nunca chegou a ser amiga da investigada.
"Nos conhecemos na faculdade e ela foi morar comigo", disse. "Ela é desequilibrada, não dava para continuar com ela, ela não dividia as contas do apartamento, houve uma briga feia. Tem quase dois anos isso. São várias ameaças que sofro. Ela aprontou no meu casamento, na inauguração do meu consultório, me difamou nas redes sociais, disse coisas sobre minha filha de apenas um mês".
A dentista responde por três processos, todos abertos no ano passado. O primeiro, de março, é por difamação, injúria e ameaça; o segundo, de agosto, é apenas por difamação; enquanto o último, de outubro, é por dano, sem especificar, porém, de que tipo.
Fonte: Extra.