As imagens de multidões concentradas para ouvir o presidente Jair
Bolsonaro (PL) não incomodaram apenas os partidos de oposição, que
parecem ter ficados assustados com a demonstração de força política do
candidato à reeleição, mas também dos seus opositores em outras áreas.
Nesta terça (13) à noite, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
manteve por unanimidade a decisão do ministro Benedito Gonçalves de
vetar o uso de imagens das celebrações do 7 de setembro na propaganda
eleitoral do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
A decisão do TSE, que os bolsonaristas consideraram “abusiva”, é
inédita. Só para lembrar os casos mais recentes, tanto Lula quanto sua
sucessora Dilma Rousseff (PT) eram presidentes e candidatos à reeleição,
quando participaram dos eventos de 7 de Setembro e nem por isso foram
proibidos pela Justiça Eleitoral de mostrar suas imagens, tampouco a
estatal de comunicação foi obrigada a “remover” o conteúdo.
O ministro relator se impressionou com o número de pessoas que viram
as imagens nos canais da TV Brasil, inclusive na internet, que, segundo
ele, acumulou quase 400 mil visualizações. Por isso determinou a
“remoção” do trecho do vídeo que mostrava o presidente.
A alegação para a censura é que as imagens, mostrando fatos,
poderiam “ferir a isonomia entre candidatos e candidatas da eleição
presidencial”, como se o atual presidente não pudesse aparecer como tal,
no exercício do cargo e liderando as comemorações do Bicentenário da
Independência.
A decisão do ministro foi proferida no sábado (10) e motivada por
uma ação da campanha de Lula (PT), que alegou “abuso de poder político e
econômico” e “uso indevido dos meios de comunicação”, que na verdade
apenas fizeram cobertura jornalística dos fatos.