Atendendo
a pedido do Ministério Público Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) manteve a decisão que cassou o mandato de Alex Sandro da
Conceição Nunes, eleito vereador pelo Solidariedade no município de
Parnamirim, Rio Grande do Norte. Na ação ajuizada pelo MP Eleitoral, o
órgão acusa o político de compra de votos e abuso de poder político e
econômico nas eleições de 2020. A decisão unânime ocorreu em sessão de
julgamento realizada nessa terça-feira (29).
Ficou
comprovado que, no último pleito municipal, o então candidato à
reeleição utilizou associação sem fins lucrativos como fachada para
conseguir o voto de eleitores em situação de vulnerabilidade em troca de
cestas de alimentos, materiais de higiene e de uso pessoal, além de
dinheiro. A ação aponta ainda a destinação de verbas de emendas
orçamentárias à associação, para a compra dos benefícios que seriam
trocados por votos, além do uso de servidores públicos durante o horário
de expediente, em benefício da sua campanha.
Com
a decisão, o político foi declarado inelegível por oito anos e terá que
pagar multa de R$ 21 mil. Os demais investigados, que teriam colaborado
com a distribuição dos benefícios, foram condenados por abuso de poder e
declarados inelegíveis por oito anos. Também terão que pagar multa em
valor superior a R$ 10 mil.
Condenado
na primeira instância da Justiça Eleitoral, o vereador recorreu contra a
decisão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN) e, posteriormente, ao
TSE, mas ambas as Cortes mantiveram a condenação. O relator do caso no
TSE, ministro Raul Araújo, afirmou que os fatos são "extremamente
graves", ainda mais por terem sido praticados durante a pandemia de
covid-19.