
De acordo com Mueller, o atraso da instalação em terra potiguar daquela que será a maior fábrica de cerâmica da América Latina deve-se principalmente à mudança estratégica da empresa, que acarretou na necessidade de reformulação do projeto técnico. "Decidimos viabilizar a instalação numa única etapa, e não mais em duas, como foi projetada antes", explicou. Revelou ainda que alguns entraves na liberação do financiamento pela Sudene também foram superados.
Mueller reconheceu o empenho do governo estadual em assegurar o empreendimento para o Rio Grande do Norte, agradecendo inclusive à intervenção da governadora Wilma de Faria junto ao Ministério da Integração e à Sudene para acelerar o processo. Admitiu ainda que os incentivos fiscais oferecidos pelo governo, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proadi) e Programa de subsidio ao gás (Progás), também contribuíram para a empresa se estabelecer em Mossoró, descartando convites de Sergipe, Pernambuco e Ceará. Além disso, contou a favor matéria-prima abundante (feldspato e caulim), disponibilidade de gás natural e a localização geográfica do estado, próximo a grandes centros importadores como Estados Unidos, Canadá e América Central.
"O governo acredita na importância dessa fábrica para a economia da região e do Estado, e, em função disso, tem feito os esforços necessários na área de sua atuação para a consolidação do projeto", destacou a governadora Wilma de Faria. Segundo ela, a política de desenvolvimento ora em curso prioriza a captação de investimentos e geração de emprego, como é o caso da Porcellanati.
Empregos
A instalação da Porcellanati em Mossoró deverá gerar cerca de 500 empregos diretos e 2.000 empregos indiretos na primeira fase de funcionamento da fábrica. O grupo Porcellanati, com sede em Santa Catarina, no entanto, já avisou sobre a disposição de continuar investindo na expansão do empreendimento no estado, estimando que, entre 2011 e 2012, a empresa deverá duplicar sua capacidade produtiva, gerando 1.100 empregos diretos e 5.000 indiretos.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, José Rufino Júnior, salientou que o governo cumpriu todo o protocolo de intenções assinado com a empresa, que previa, entre outros itens, a concessão de Proadi, Progás e abastecimento de água. Com isso, a primeira parte do setor de máquinas da Porcellanati, que vem da Itália, já está sendo transportada por navio, com desembarque previsto ainda em fevereiro pelo Porto de Pecém, no Ceará. Serão necessários seis meses só para montagem dos equipamentos. Em outubro, devem começar os testes e a produção inicial entre novembro e dezembro de 2009.
Fonte: Diário de Natal