O Parlamento do Iraque votou neste domingo pela expulsão das tropas
dos Estados Unidos no país, depois de um ataque aéreo que matou o
principal líder militar iraniano na última quinta-feira.
Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque exigiram que os parlamentares
participassem de uma sessão do parlamento para votar a possível expulsão
de tropas dos EUA do país, depois que a morte de um general iraniano
colocou o país no centro de um conflito crescente entre seus dois
aliados mais importantes.
Dentro da sala do parlamento no domingo, os parlamentares gritaram: “América fora! Bagdá permanece livre!”.
A votação representa um teste crucial para a presença de tropas
americanas que tem sido fundamental na derrota do Estado Islâmico, mesmo
quando poderosas facções apoiadas pelo Irã passaram a dominar o governo
iraquiano.
Uma dessas milícias, o Kataib Hezbollah, ameaçou os legisladores que
não compareceram à sessão ou votaram a favor de uma lei para despejar as
forças americanas, chamando-os de “traidores”.
Uma importante autoridade do Departamento de Estado americano disse
recentemente que os EUA estavam trabalhando com seus aliados iraquianos
para impedir a votação, caracterizando o assassinato do general
Suleimani como apoio à soberania do Iraque contra o Irã. O Irã é também
aliado do Iraque.
O ataque dos EUA em Bagdá que matou o major-general Qassim Suleimani,
e um dos principais líderes paramilitares do Iraque, levantou a
possibilidade de confronto direto entre os EUA e o Irã. Com seus dois
principais aliados cada vez mais em desacordo, o governo iraquiano
enfrenta a perspectiva de decidir se continua sendo parceiro do Ocidente
ou acaba firmemente no campo iraniano.