O ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi condenado pela 23ª
vez na Lava-Jato. Dessa vez, pelo recebimento de R$ 78,9 milhões em propina da
Odebrecht para beneficiar a empreiteira nas obras do PAC Favelas, da reforma do
Maracanã para a Copa de 2014, da construção do Arco Metropolitano e da
implantação da linha 4 do metrô.
A pena de Cabral neste processo foi de 17 anos, 7 meses e 9
dias de prisão, pelo crime de corrupção passiva.
“Negativas são as consequências dos crimes de corrupção
pelos quais Sérgio Cabral é condenado, pois, além do prejuízo monetário causado
aos cofres do Estado do Rio de Janeiro e da União, porque se tratou de obras
envolvendo o Programa de Aceleração de Crescimento do Governo Federal, o
condenado frustrou os interesses da sociedade em prol dos interesses econômicos
de empresários”, escreveu o juiz federal Marcelo Bretas na sentença.
“Sérgio Cabral foi eleito para dois mandatos consecutivos de
governador do Estado do Rio de Janeiro, contexto em que protagonizou gravíssimo
episódio de traição eleitoral, desprezando a confiança em si depositada por
milhões de eleitores”, completou o magistrado.
Com isso, as penas do governador – que está preso desde
novembro de 2016 – somam 425 anos e 20 dias de prisão. Mas decisões recentes do
Supremo Tribunal Federal podem fazer com que algumas dessas condenações sejam
modificadas ou anuladas.
Segundo as investigações da força-tarefa da Lava-Jato do
Ministério Público Federal, ao assumir o governo do Estado em 2007, Cabral
instituiu como regra a cobrança de propina no valor de 5% dos contratos da
Secretaria estadual de Obras. Além desse percentual de 5% exigido pelo
ex-governador, o ex-secretário de Obras Hudson Braga estabeleceu a chamada
“taxa de oxigênio”, que consistia em cobrança de propina equivalente a 1% dos
valores recebidos pelas empreiteiras nestes contratos com o governo estadual.
Do Blog: Lula disse que ele é honesto.