O projeto Borborema, que
vai explorar ouro na zona rural de Currais Novos, foi visitado na manhã
desta quarta-feira (28) pela governadora Fátima Bezerra e a equipe do
Governo do Estado. Acompanhados dos diretores
da empresa Cascar Brasil Mineração, responsável pelo investimento,
conheceram in loco o projeto de exploração mineral que planeja investir
aproximadamente R$ 430 milhões (100 milhões de dólares) apenas na
instalação da mina no Seridó, com a previsão de gerar
no mínimo 400 empregos diretos.
As obras para implantação
da planta de beneficiamento de ouro começam em julho, com uma
expectativa de começar a operação entre 18 e 24 meses após o início do
trabalho. A Cascar Mineração, que tem origem na Austrália
e é propriedade da empresa Big River Gold, conta com apoio direto do
Governo do Estado por meio de diversas ações firmadas através do
protocolo de intenções assinado em outubro de 2019 pela governadora e o
presidente da companhia australiana, Andrew Richards.
Dentre as ações previstas
no protocolo de intenções estão a inserção da Cascar no Programa de
Estímulo ao Desenvolvimento da Indústria do Rio Grande do Norte
(Proedi), além da emissão das licenças ambientais e uma
parceria com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
(Caern) para o reuso do esgoto coletado em Currais Novos no processo de
beneficiamento do ouro. "Agradecemos o esforço do Governo e da
Prefeitura de Currais Novos para o desenvolvimento do
projeto e nós vamos trabalhar para retribuir o esforço, com o foco
voltado a dar empregos para pessoas da região", disse Richards.
Cumprindo o documento
assinado, o Governo agiu para que as licenças ambientais necessárias
para a instalação do projeto fossem emitidas o mais rápido possível,
dentro dos limites do processo legal estipulado pelo
Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). Para
isso, a empresa se comprometeu a destinar R$ 1,2 milhão para unidades de
conservação ambiental. "O Governo merece o reconhecimento pelo trabalho
rápido na emissão das licenças, o que agilizou
o investimento. Agradeço, em nome do município, o empenho para a
geração de emprego e renda, tanto neste caso como na criação do Proedi,
que já está trazendo resultados", comentou o prefeito de Currais Novos,
Odon Júnior.
O projeto Borborema é parte
do processo de retomada do desenvolvimento do setor mineral no Rio
Grande do Norte coordenado pela gestão estadual. Ele ocupa uma área de
490 hectares, somando os setores de extração e
beneficiamento para obtenção de ouro. "O setor mineral estava
abandonado no Rio Grande do Norte, mas não está mais. Nossos potenciais
são imensos, como podemos ver aqui hoje, e o Governo tem tomado todas as
medidas para incentivar o desenvolvimento", completou
Jaime Calado, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico
(Sedec).
O empreendimento é modelado
para processar anualmente até 4,2 milhões de toneladas de ouro. A
empresa visa trabalhar com 75% dos equipamentos de origem brasileira e
aplicar anualmente cerca de R$ 190 milhões na operação
da mina de ouro, com uma folha de pagamento em torno de R$ 11 milhões.
Entre as décadas de 1940 e
1970 a área do projeto Borborema já passou por exploração mineral, mas o
processo foi descontinuado ao longo dos anos.