A cheia dos rios no Amazonas continua afetando o interior do estado. Segundo dados da Defesa Civil, divulgados nesta quarta-feira (15), o número de pessoas atingidas pelas inundações chega a 103.865 mil. Ao todo, 20.768 famílias estão afetadas. Na quarta, São Paulo de Olivença decretou estado de emergência, elevando para 16 o número de cidades na mesma situação. A cidade de Boca do Acre está em estado de calamidade pública. Nos municípios afetados, famílias enfrentam escassez de alimentos e água potável.
O órgão informou que as localidades atingidas estão incluídas em um plano de ajuda humanitária. As cidades recebem alimentos não perecíveis, além de kits dormitório, higiene pessoal, medicamentos, filtros de água e hipoclorito de sódio.
Na terça, moradores de Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, localizados no Alto Solimões e que estão em situação de emergência, começaram a receber auxílio. A Defesa Civil do Estado disse que foram destinados para esses municípios, nesse primeiro momento, 52 toneladas de alimentos não perecíveis. Ainda segundo a assessoria da Defesa Civil, 1.466 famílias em São Paulo de Olivença serão atendidas nos próximos dias.
As regiões das calhas dos rios Purus e Juruá, no Sul do estado, são as mais afetadas. Em Boca do Acre, onde a situação de calamidade foi reconhecida no dia 10 de março, as ruas estão totalmente inundadas. Na localidade, moradores enfrentam escassez de água potável em razão das inundações. A Estação de Tratamento de Água da cidade foi paralisada depois das inundações. No município, 25 mil pessoas estão sendo afetadas pela enchente. As inundações atingem, principalmente, bairros situados na parte baixa da cidade: Centro, Praia do Gado, Antônio Jorge Tavares, Horta, São Paulo, Fortaleza e Maria Leopoldina.
Ao todo, 16 cidades estão em situação de emergência. São elas: Itamarati, Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Canutama, Tapauá, Carauari, Pauiní, Lábrea, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, Amaturá, Santo Antônio do Iça, além de São Paulo de Olivença. Tonantins e Humaitá encontra-se em situação de alerta.
Ajuda
Segundo dados da Defesa Civil, já foram enviadas 325.500 toneladas de alimentos não perecíveis, além de kit´s dormitório (colchões, redes, mosquiteiros) kit´s de higiene pessoal, medicamentos, filtros de água e hipoclorito de sódio, as cidades afetadas pela cheia. O Estado também fez o repasse financeiro às prefeituras municipais de Boca do Acre, Envira, Itamarati e Eirunepé, no valor total de R$ 1,250 milhão, para ser usado no socorro às vítimas.
Na capital do Amazonas, o nível do Rio Negro mantém uma média de subida de oito centímetros ao dia. Mesmo assim, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) considera a situação dentro da normalidade. Até o momento, não há registros de áreas alagadas, mas a Defesa Civil iniciou um trabalho de construção de pontes de acesso, caso o rio inunde alguns bairros.
O órgão planeja construir 37 passarelas de madeira em áreas da cidade que tradicionalmente ficam com vias submersas. Já foram instaladas três estruturas de acesso, sendo uma no Beco do Pescador e outra na Comunidade Jardim Mauá, situados no Bairro do Mauazinho (Zona Leste). Ainda no cronograma de ações de prevenção à cheia de 2015, a Defesa Civil de Manaus iniciou a construção da ponte na Rua Ana Nogueira, Beco São João Batista II, Bairro Educandos, Zona Sul da capital.
O bairro Educandos será a área mais prejudicada pela cheia se o Rio Negro atingir a cota máxima. No local, 775 famílias devem ser afetadas. No local, serão construídos 482 metros de passarelas para facilitar o acesso dos moradores e dos agentes e fiscais da prefeitura.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a cheia deste ano deve ficar acima da média. No interior, as inundações já afetam 19 cidades. O CPRM divulgou que o nível máximo do Rio Negro, na capital, deve atingir a cota máxima de 29,59 m