8 de janeiro de 2014

PAIS DORMEM EM TUBULAÇÕES E REDES POR VAGAS EM ESCOLAS PÚBLICAS NO AM

As matrículas de novos alunos na rede pública de ensino para o ano letivo de 2014 começam nesta quarta-feira (8). Já na noite de terça-feira (7), dezenas de pais e, em alguns casos, os próprios estudantes aguardavam a abertura dos portões das escolas, em várias regiões de Manaus. Para enfrentar as várias horas de espera, eles improvisaram locais para dormir e se abrigar da chuva. Tubulações de concreto que estavam na rua, redes atadas a estações de ônibus e as próprias calçadas serviram de locais para os pais passarem a noite.

Pais já aguardavam abertura dos portões nesta terça (7) (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)

Os responsáveis pelos estudantes afirmam que quem deixa para chegar ao local de matrícula somente no dia em que ela tem início, acaba ficando sem vaga ou consegue em uma escola muito distante do bairro onde reside.

As donas de casa e primas Dina e Joice Arruda, tentam matricular os filhos no ensino infantil, e se revezam na fila, guardando o lugar uma da outra. Na noite desta terça-feira elas estavam prestes a completar 16h na fila em uma escola da Zona Norte.

"Uma hora, enquanto ela fica aqui eu vou em casa, que é aqui perto e faço uma comida pra nós. Outra hora quem fica sou eu e ela que vai tomar um banho ou algo do tipo. E assim a gente vai levando, até a hora que os portões abrem", disse.

Pais improvisam para passara o tempo e ter um pouco de conforto na longa espera (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)

Quem chega cedo, e consequentemente precisa esperar mais, usa a criatividade para ter um pouco de conforto ou fazer o tempo passar. Há quem opte por um lanche com os companheiros de fila, ou até mesmo pelo 'bom e velho' baralho. Porém, uma dona de casa arranjou um jeito inusitado de passar a noite.

Jocivane Trindade, de 39 anos, que busca vaga para o filho no ensino infantil, armou uma rede em um ponto de ônibus em frente à escola onde tentará a vaga pela manhã, na Zona Norte. Ela aguardava no local há quase 7 horas no momento da entrevista e passaria a noite por lá.

Jocivane Trindade armou uma rede em um ponto de ônibus (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)

"Não trouxe a rede para dormir, até porque a gente tem que ficar de olho na fila. Mas já que a gente está esperando mesmo, por que não fazer isso com um pouco mais de conforto?", explicou a dona de casa.

Em uma escola da Zona Leste, pais de alunos planejavam se esconder em tubulações de concreto que estavam na rua, que passa por obras, em caso de chuva e de sono. "Pelo menos temos essa vantagem aqui. Se chover temos como nos proteger ao longo da noite", explica a promotora de vendas Miriam Neves, de 32 anos, que busca vaga para a filha no ensino infantil.

Pais planejavam se esconder em tubulação, caso chovesse (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)

De acordo com a dona de casa Márcia da Silva, as Secretarias Municipal e Estadual de educação (Semed e Seduc), orientaram os pais a não irem tão cedo para os locais de matrícula, porém, a experiência nesse tipo de situação fez com que muitos acampassem em frente às escolas.

"Todo ano eles dizem isso, mas quem chega em cima da hora ou não consegue vaga, ou é jogado para um bairro muito distante de onde mora. Eu moro no Mutirão, se jogarem meu filho pro Nova Cidade ele não vai estudar porque eu não tenho condições de pagar transporte todo dia", disse a dona de casa Márcia da Silva, de 27 anos, que buscava uma vaga para o filho no ensino infantil.

Ao todo, 149.795 vagas serão ofertadas nas redes municipal e estadual, segundo dados divulgados pelas secretarias de educação.

Fonte e fotos: G1/AM.

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