26 de fevereiro de 2013

SECA MATA REBANHO E PRODUÇÃO DE LEITE DIMINUI NO INTERIOR DO RN

A seca que perdura no interior do Rio Grande do Norte está prejudicando outras áreas de produção, além da agricultura e pecuária. Em Santana do Matos, município distante 191 quilômetros de Natal, os produtores de leite sofrem com a mortandade das vacas, que está diminuindo a quantidade da produção e gerando prejuízos. Neste final de semana, uma equipe da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) realizou uma expedição a cinco municípios das regiões Central, Oeste e Seridó do estado para constatar a gravidade da situação.

Com a morte do gado, produção de leite diminui no interior do RN (Foto: Rafael Barbosa/G1)

Antônio Arruda da Cunha, o 'Antônio da Volta', é lacticultor de Santana do Matos, cidade distante 191 quilômetros de Natal. Antônio da Volta contou que, nos últimos três meses, a produção dele diminuiu em 2.500 litros por dia. “Eu tinha uma produção de 8.500 litros de leite por dia, agora estou produzindo 6.000 litros”, afirmou o lacticultor. Para Antônio, somente 10 anos de inverno regular poderiam ajudá-lo a recuperar as perdas. Ele relatou que, inicialmente, tentou vender parte do rebanho para aplicar o dinheiro em seu negócio, no entanto o montante não foi suficiente.

Sem perspectiva de chuva e com o gado morrendo, Antônio da Volta decidiu procurar financiamentos bancários. O auxílio de amigos também foi uma alternativa para conseguir dinheiro na tentativa de reerguer o negócio. Como as chuvas não vieram, as dívidas se acumularam. O produtor afirmou que, hoje, deve mais de R$ 1 milhão em empréstimos.

Vaca magra de fazenda em Pau dos Ferros, RN, não consegue ficar de pé sem ajuda (Foto: Rafael Barbosa/G1)

Antônio da Volta possui 1.500 cabeças de gado e 1.500 outros animais, entre ovelhas e cabras. Ele disse que há dois anos a quantidade representava o dobro. “Se não chover, vou vender tudo”, previu.

A maior parte da produção de Antônio da Volta é destinada à Associação dos Pequenos Agropecuaristas do Sertão de Angicos (Aspasa). Segundo Marcone Angicano, presidente da Aspasa, aproximadamente 90% do total da produção dos associados é destinada ao Programa do Leite, desenvolvido pelo Governo do Estado.

Angicano também afirmou que a Associação tem mais de 1.000 produtores cadastrados. Porém, apenas 300 continuam produzindo durante a seca. Marcone Angicano disse que o litro de leite bovino é vendido a R$ 0,93 e o de cabra a R$ 1,50.

Para Antônio da Volta, faltam políticas públicas de incentivo ao produtor rural, como agilidade nos financiamentos e subsídios com um custeio mais elevado pelo Estado. Os produtores cobram medidas mais efetivas do Governo para o combate à seca. “Só os carros-pipa e o fornecimento de milho não são o bastante”, reclamou.

O lacticultor também disse que não compensa aos produtores o cadastro na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o recebimento do grão, pois a quantidade não é suficiente.

Fonte: G1RN.

Um comentário:

  1. é muito triste ver essa realidade paulinho,e o pior é que os agricultores estão se endividando e não estão tendo o retorno pois o que compram só dar p manter o gado,até a EMATER que está fazendo cadastros para liberação de ração não chega até esses agricultores,pois se tiver mais cabeça de gado não ganha o direito...o que eu acho muito errado porque esses que mais tem são os que mais tao sentindo dificuldade,meu pai tem umas 20 vacas e não teve direito,o que ele ta ganhando só dar pra matar a fome delas,vez por outra encontro ele chorando no disespero de não ter o que dar pra o gado comer e ter q ver eles passar fome...é muito triste...VAMOS AJUDAR AUTORIDADES,POIS CADA VEZ FICA PIOR.

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