10 de julho de 2012

MORRE AOS 91 NO RIO DE JANEIRO O CARDEAL SERIDOENSE DOM EUGÊNIO SALES

O cardeal do Rio de Janeiro Dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio, acariense, morreu na noite desta segunda-feira, (09) por volta de 23h30m, no Rio de Janeiro. Segundo a Arquidiocese, ele morreu em casa, no Sumaré, de causas naturais. O religioso está sendo velado desde o início da manhã de hoje, terça-feira, (10) na Catedral, onde deverá ser enterrado.

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A Arquidiocese informou, ainda, que a rotina de Dom Eugênio nos últimos dias era apenas de ficar no quarto e no gabinete, onde lia muitos jornais e assistia à TV. Ele não teria nenhuma doença específica.

Nascido em 8 de novembro de 1920, em Acari (RN), o cardeal teve o nome entre os candidatos a Papa depois da morte de João Paulo I. Conhecido como o homem do Vaticano no Brasil durante os 30 anos em que esteve à frente da Arquidiocese do Rio, o cardeal continuou sendo querido pelo Papa, mesmo afastado das funções eclesiásticas no estado fazia quase uma década. O arcebispo emérito do Rio chegou a ser surpreendido, às vésperas de completar 90 anos, por uma carta de felicitações assinada por Bento XVI. Para Dom Eugênio, o documento não foi sinal de prestígio, mas o reconhecimento de uma vida dedicada à fé.

Em 67 anos de vida dedicada à Igreja, o cardeal foi rotulado tanto como líder conservador quanto "bispo vermelho", por ter, no início do sacerdócio, ajudado a criar os primeiros sindicatos rurais no Rio Grande do Norte. Um capítulo importante da vida de Dom Eugênio remonta à ditadura, quando atuou de maneira silenciosa, abrigando no Rio mais de quatro mil pessoas perseguidas pelos regimes militares do Cone Sul, entre 1976 e 1982, especialmente argentinos. A história da participação sem alarde do arcebispo foi contada, 30 anos depois, pelos principais meios de comunicação. Discretamente, o cardeal cultivava delicadas relações com os militares e ajudou a salvar vidas.

Além de ter ser considerado um bom articulador e um defensor incansável da doutrina católica, Dom Eugênio era citado como grande empreendedor. Ao assumir a Arquidiocese, na década de 70, mandou construir nos fundos do Palácio São Joaquim um prédio de dez andares para reunir num só lugar serviços da Igreja espalhados pela cidade. Também criou dezenas de pastorais, entre elas a Pastoral Penal, a das Favelas e a do Menor.

Dom Eugênio passou parte da infância no sertão nordestino, na cidade de Acari-RN. A vocação para o sacerdócio surgiu no início dos anos 30, após ser matriculado em colégio marista de Natal. Antes de optar pela Igreja, pensou em ser engenheiro agrônomo. Foi ordenado em 21 de novembro de 1943.

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