O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
decidiu na tarde desta segunda-feira (3), em conversa com políticos do
PT e advogados na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, não
antecipar a apresentação de Fernando Haddad como cabeça de chapa na
corrida pelo Palácio do Planalto.
A decisão foi tomada após duas rodadas de conversas com petistas e advogados nesta segunda na cela especial em que está preso desde abril na capital paranaense. O PT estava dividido em relação a qual estratégia adotar.
Lula optou por aguardar a apresentação de recurso ao Supremo Tribunal
Federal (STF) contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que negou o registro da candidatura do ex-presidente,
tendo como base o voto do ministro Edson Fachin. Na ocasião, o
magistrado divergiu do relator do processo no TSE, ministro Luís Roberto
Barroso, e votou por autorizar provisoriamente a candidatura Lula.
Para Fachin, embora Lula esteja inelegível pela Lei da Ficha Limpa, é
preciso aguardar decisão final de comitê da ONU que recomendou a
participação do ex-presidente na eleição de outubro.
Isso indica que o PT decidiu apostar na possibilidade de que, por
sorteio, o caso de Lula caia no Supremo com o ministro Ricardo
Lewandowski, que poderia tomar decisão monocrática de suspender a
decisão do TSE e, como Edson Fachin, assegurar o cumprimento de
recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
O PT acredita, ainda, que, se no sorteio o processo cair com os
ministros Marco Aurélio Mello ou Celso de Mello, pode ser levado ao
plenário, com a possibilidade de ser concedida liminar, garantindo a
manutenção da candidatura de Lula.
Ao mesmo tempo, o PT vai apresentar petição ao Comitê de Direitos
Humanos da ONU informando que as autoridades brasileiras não atenderam à
sua recomendação. Essa medida, no entanto, é muito mais simbólica do
que passível de efeito concreto.
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