O subprocurador Nívio de Freitas Silva Filho afirmou, em parecer
enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o juiz responsável
pela Operação Lava Jato no Paraná, Sérgio Moro, age com imparcialidade
na ação penal sobre o caso do sítio de Atibaia, em que Lula é réu.
Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de
ocultar a propriedade do imóvel e de ser beneficiado com melhorias no
sítio prestados por empreiteiras como propina.
O procurador opinou contra ação apresentada pela defesa do
ex-presidente, na qual os advogados pediram que o juiz fosse considerado
suspeito para atuar no caso por, segundo os advogados, atuar com
parcialidade. Pediram, ainda, a anulação dos atos de Moro no processo.
O procurador opinou contra os pleitos da defesa.
"Inviável a declaração de nulidade de todos os atos praticados no curso
da ação penal processada e julgada pelo Juízo Criminal Federal de
Curitiba, que se manteve imparcial durante toda a marcha processual",
afirmou o procurador em parecer apresentado ao STJ.
O pedido para Moro ser considerado suspeito já foi negado pelo próprio juiz do Paraná e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4),
segunda instância da Justiça Federal. Nos dois casos, o Ministério
Público também se manifestou contra retirar o juiz do caso.
No parecer de 13 páginas, o subprocurador - um dos representantes da
PGR que atuam no STJ - afirma que as instâncias inferiores já rejeitaram
pedidos de suspeição de Moro. E que o pedido da defesa de Lula
representa "mero inconformismo" e intenção de "rediscutir
indefinitivamente" a questão.
"Vislumbra-se, portanto, mero inconformismo incompatível com a natureza
do instrumento nobre, desvirtuado com a intenção de rediscutir
indefinidamente os termos da condenação proferida de forma escorreita
após ampla ponderação do contexto fático", diz.
Para Nívio de Freitas Silva Filho, as instâncias inferiores analisaram
cada um dos argumentos e "concluíram que a defesa não demonstrou a
quebra de imparcialidade do Magistrado natural da causa".
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