O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, negou embargos (recursos) impetrados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho Luís Cláudio Lula da Silva e manteve o interrogatório de ambos no dia 20 de fevereiro.
A negativa do juiz foi dada no processo da Operação Zelotes, no qual Lula é réu, acusado de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro, junto com o filho e os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, que serão ouvidos no mesmo dia. A defesa de Lula afirma queele jamais praticou ato ilícito e que é alvo de perseguição política.
Para tentar adiar o interrogatório, a defesa do ex-presidente argumentou com uma decisão judicial, segundo a qual os interrogatórios não seriam marcados até que testemunhas no exterior fossem ouvidas. Mas a Justiça informou que havia decidido suspender os interrogatórios somente até que se esgotasse o prazo de intimação das testemunhas fora do país.
A denúncia do Ministério Público Federal que deu origem ao processo é resultado de investigações sobre a compra pelo governo federal de 36 caças suecos e sobre a aprovação pelo Congresso de uma medida provisória que envolveu incentivos fiscais a montadoras.
De acordo com o MPF, os supostos crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015, quando Lula, como ex-presidente, teria participado de um esquema para beneficiar empresas junto ao governo Dilma Rousseff.
Os advogados do ex-presidente chegaram a indicar mais de 80 testemunhas pra depor – o que foi interpretado pelo Ministério Público, responsável pela acusação, como forma de adiar ao máximo o julgamento.
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