12 de setembro de 2016

CASSAÇÃO DE CUNHA VAI A PLENÁRIO; ALIADOS MANOBRAM

Exatos 336 dias após PSOL e Rede protocolarem pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deverá ser julgado nesta segunda-feira, 12, pelo plenário da Casa. Depois de inúmeras manobras durante toda a tramitação do processo, o caso do peemedebista chega ao estágio final. Aliados de Cunha, porém, ainda pretendem adiar a votação ou aprovar uma pena mais branda.
 
 
Para que Eduardo Cunha tenha o mandato cassado são necessários votos de 257 deputados. 280 deputados já declararam voto a favor da perda de mandato. Cunha chega à reta final de seu processo enfraquecido. Outrora seus principais fiadores, muitos deputados do PMDB e do Centrão – grupo de 13 partidos liderados por PP, PSD, PRB e PTB – já declararam votos a favor da cassação. Ciente disso, o peemedebista se mobilizou nos últimos dias: mandou cartas, mensagens por celular e ligou para os deputados pedindo que faltassem ou se abstivessem durante a votação.
 
 
A sessão desta terça está marcada para começar às 19 horas, sem previsão de término. A primeira estratégia da “tropa de choque” de Cunha será tentar adiar a votação para depois das eleições municipais. Os aliados do deputado afastado prepararam um “kit obstrução”, com requerimentos pedindo adiamento da votação ou retirada do caso da pauta. Para aprová-los, porém, é necessário o voto da maioria dos deputados.
 
 
Caso não consigam adiar, a tática será questionar o rito da votação. Deputados alinhados a Cunha vão apresentar questões de ordem pedindo que o plenário vote um projeto de resolução, e não o parecer pela cassação aprovado pelo Conselho de Ética, como tradicionalmente ocorre na Casa. Diferente do parecer, o projeto admite emendas, o que abre a possibilidade de incluir uma pena mais branda para Cunha, como só a suspensão do mandato.
 
 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que negará essas questões, mas ressaltou que a palavra final será do plenário. Na sexta-feira, Cunha entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal pedindo que a Câmara vote um projeto de resolução, e não o parecer pela cassação. Mas o pedido foi rejeitado ontem pelo ministro Edson Fachin (mais informações nesta página).
 
 
Caso a questão de ordem seja rejeitada pelo plenário, aliados do deputado afastado vão tentar recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com pedido de suspensão do processo no plenário. O efeito suspensivo, porém, também precisará ser apreciado pela maioria dos deputados. Se aprovado, a sessão é interrompida e o processo fica paralisado até que o colegiado se posicione. Caso seja rejeitado, a sessão prossegue.
 
 
Fazer defesa no mérito e organizar a defesa com base no regimento é legítimo, não significa que o plenário e a presidência vão aceitar”, afirmou Maia.
 
 
Todos esses questionamentos deverão tomar muito tempo. Só depois de resolvidos começa a fase dos discursos. O relator do caso no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), fará um resumo do processo por 25 minutos. Em seguida será a vez da defesa. Cunha e seu advogado terão 25 minutos cada. O peemedebista já confirmou presença na sessão e disse que usará o tempo a que tem direito.
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IBGE DESMENTE LOROTA DE MARINA SOBRE ‘120 MILHÕES PASSANDO FOME’ NO BRASIL

Se fosse ministra de Bolsonaro, Marina Silva não escaparia do inquérito das “fake News”. Bem ao estilo de Lula (PT), que usa números falsos ...