30 de setembro de 2016

CANDIDATO OFERECIA CONSULTAS E ORAÇÕES EM TROCA DE VOTO, DIZ PF

Nove pessoas foram conduzidas em operação (Foto: Divulgação/ PF)
Um vereador e um candidato a vereador de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, foram conduzidos coercitivamente na Operação Simão, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (30), suspeitos de envolvimento em um esquema de captação ilícita de votos.
 
 
 
Os suspeitos são o vereador Welligton Andrade, do PSDB (que tenta reeleição), e o candidato a vereador Pastor Pedro, do PSC. Ambos têm 53 anos e, logo após terem sido ouvidos e liberados, negaram as acusações à reportagem da TV Subaé, emissora afiliada da TV Bahia.
 
 
 
No total, foram cumpridos nove mandados de condução coercitiva e oito de busca e apreensão na cidade, com uma equipe de 40 policiais federais.
 
 
 
O delegado da PF Fábio Marques disse que foram apreendidas listas com nomes de fiéis que receberiam orações caso fornecessem seus dados. A ameaça seria de "amaldiçoar" quem se negasse a fornecer as informações.
 
 
 
"A prática foi confirmada com apreensão das listas. Foi identificado que havia esquema dentro da associação religiosa para fornecimento de exames e condutas médicas em troca do fornecimento do título do eleitor do paciente", acrescentou.
 
 
 
Segundo o delegado, a investigação também flagrou, por meio de interceptação telefônica autorizada pela Justiça, a negociação de um lote de votos feita por uma liderança politica ao candidato pastor. "Ele [pastor] aciona um parceiro dele, o atual vereador, e faz a mesma proposta. Eles marcam uma reunião onde a PF fez acompanhamento e verificou que a negociação foi efetivada", disse.
 
 
 
As investigações iniciaram há cerca de um mês, a partir de requisição do Ministério Público Eleitoral.
 
 
 
Segundo a PF, o esquema ainda incluía a distribuição de gêneros alimentícios em comunidades carentes, a fim de convocar eleitores.
 
 
 
Conforme a Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes previstos nos artigos 299 e 334 do Código Eleitoral. O artigo 299 determina que é crime "dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita" e prevê pena de reclusão até quatro anos e pagamento de multa.
 
 
 
O artigo 334 trata sobre a utilização de organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores, com pena de detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for candidato.
 
 
 
O nome da operação, "Simão", vem do codinome utilizado pelos policiais para se referir ao principal investigado, uma referência ao Apóstolo de Jesus Cristo.
 
 
Fonte: G1/BA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

UM MORRE E OUTRO FICA FERIDO EM TIROTEIO EM FRENTE A ESCOLA NO RN

Um jovem de 19 anos morreu e outro estudante ficou ferido após um atentado a tiros em frente a uma escola de Macaíba.    Segundo a ...