Um menino de onze anos passou mais de quatro horas amarrado com arame em uma casa em Londrina, no norte do Paraná, na terça-feira (5). Segundo o Conselho Tutelar, a criança era mantida presa dentro da residência pela mãe e pelo padrasto. O padrasto, de 33 anos, e a mãe, de 26, foram presos em flagrante.
Uma denúncia anônima informou ao Conselho Tutelar que a criança estava gritando e que parecia que ela estava sendo agredida. Fotos tiradas no local mostram como o menino estava amarrado quando foi resgatado pelos conselheiros tutelares e pela Polícia Militar (PM).
Quando chegaram no local, os conselheiros chamaram pelos donos do imóvel, mas ninguém atendeu. Ao chamarem pelo nome do menino, o garoto disse que não poderia abrir a porta porque estava amarrado.Como os cachorros estavam soltos, os conselheiros precisaram da ajuda de policiais militares e de vizinhos para entrar na casa.

A delegada do Núcleo de Proteção à Criança a ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria), Lívia Pini informou que já ouviu a mãe e o padrasto da criança e eles disseram em depoimento que amarraram o garoto porque ele estava há mais de dois dias fora de casa. Já a criança disse ao Conselho Tutelar que demorou a voltar para a casa porque estava com medo de apanhar.
O Conselho disse ainda que o garoto apresentava outros machucados pelo corpo, alguns já cicatrizados e causados pelos frequentes maus-tratos. A criança foi levada ao Pronto Atendimento Infantil e fez alguns exames. Depois de medicado, o menino foi levado para casa de parentes do pai, que morreu há quatro anos.
O garoto vai continuar recebendo atendimento do Conselho Tutelar, o caso está com o Nucria.
“O padrasto foi autuado por tortura, lesão corporal e cárcere privado. A mãe foi autuada por tortura e cárcere privado, porque as lesões foram praticadas pelo padrasto. Provavelmente, o menino não voltará para a residência dos genitores”, pontua a delegada do Nucria.
A delegada do Nucria informou ainda que o casal não registrou Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento do garoto ou procurou a polícia para falar que o menino tinha sumido de casa. Cada um pode ser condenado a 14 anos na prisão
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