30 de março de 2014

POLÍCIA DO RIO OCUPA MARÉ

As forças de segurança do Rio de Janeiro ocuparam desde a madrugada deste domingo, a ocupação do Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. A região está sendo preparada para receber a 39ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A entrada das forças de segurança no conjunto de favelas começou às 5h, e durou 15 minutos.

Policiais prendem suspeitos após ocupação da Maré, no Rio (Foto: Alexandre Durão/G1)

Não houve confronto na operação, que terminou com pelo menos duas pessoas presas. Imagens do Globocop mostraram o comércio aberto durante a ocupação e moradores nas ruas observando a chegada dos policiais tranquilamente. Durante varredura, policiais federais encontram grande quantidade de drogas e também armas que estavam enterrados nas proximidades da Vila Olímpica e do Ciep da Maré, conforme informou a GloboNews. A grande quantidade de material apreendido foi levado em uma caminhonete para a sede da Polícia Federal.

Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, a ocupação do Complexo da Maré conta com 1.180 policiais militares das seguintes unidades: Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), Batalhão de Ações com Cães (BAC), Batalhão de Vias Especiais (BPVE), Grupamento Aeromóvel (GAM), 22º BPM (Maré), além de policiais da Corregedoria Interna da Polícia Militar. Policiais do 1º, 2º, 3º e 4º Comandos de Policiamento de Área estão realizando operações em outras comunidades na cidade do Rio, Baixada Fluminense e Região Metropolitana. A Polícia Federal ajuda com o serviço de inteligência e a Polícia Rodoviária Federal cerca os acessos para impedir fugas, nos mesmos moldes da ocupação do Complexo do Alemão, em 2008. Militares da Marinha também prestam apoio, com blindados.

O efetivo total, comando todas as corporações que participam da operação, chega a 1,5 mil. Uma operação paralela da Polícia Federal, que ocorria em outros pontos da cidade, teve outras prisões relacionadas a quadrilha que atua na Maré, entre elas a de Daiane Rodrigues, apontada como namorada do traficante Menor P, ex-chefe do tráfico na maior parte do conjunto de favelas, preso esta semana.

Homens do Bope se reúnem antes da entrada na Maré (Foto: Divulgação/PM)

A região, uma das violentas da capital, reúne 15 comunidades, tem cerca de 130 mil habitantes e é considerada estratégica por estar localizada entre as Linhas Vermelha e Amarela, Avenida Brasil — principais vias da cidade — e o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

Desde o dia 21, o Bope está nas favelas Nova Holanda e Parque União, que fazem parte do Maré, em busca de criminosos, drogas e armas. Até sexta-feira (28), 57 prisões haviam sido realizadas em uma semana em operações em vários pontos do Grande Rio. Em meio ao cerco, a PF prendeu, na quarta-feira (26), o chefe do tráfico de drogas da Maré, Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P. Ele está no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. A Secretaria de Segurança e a PF vão pedir à Justiça que ele seja enviado para um presídio federal.

Quem herdou seu poder na hieraquia da facção que domina a maior parte da região, segundo a polícia, foi Fabiano Santos de Jesus, o Zangado, irmão mais velho de Menor P. Paulo Sérgio Medeiros da Cunha, o PL, apontado como o terceiro homem mais poderosoo da quadrilha, também é um dos alvos da ação, assim como Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, principal nome do tráfico na Nova Holanda e no Parque União, favelas dominadas por outra facção criminosa.

O Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio em fotografia aérea feita nesta sexta (28). O complexo será ocupado neste domingo (30) numa ação conjunta das tropas federais com a polícia (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Após reunião realizada na segunda-feira (24), em Brasília, entre o governador Sérgio Cabral, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, e representantes das forças de segurança estadual, ficou acertado que, após a operação deste domingo e do rescaldo nos próximos dias, o Exército vai manter a ocupação da Maré até a instalação da UPP, ainda sem data prevista.

Moradores vivem um misto de medo e esperança. O Comando de Operações Militares fez uma reunião com líderes comunitários na quinta-feira (27), na qual foi pedido pela população um canal de comunicação direta para fazer denúncias de eventuais falhas na conduta da tropa depois que for feita a ocupação.

A decisão de ocupar o complexo no dia seguinte a uma série de ataques a UPPs ocorridos no dia 20. De acordo com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, no entanto, a UPP Maré já era prevista anteriormente.

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