24 de agosto de 2021

À CPI, SÓCIO DA BELCHER DIZ QUE NÃO TRATOU DE VACINA COM RICARDO BARROS

Emanuel Catori, , um dos sócios da farmacêutica Belcher, desmentiu, durante o início de seu depoimento à CPI da Pandemia, ter tido reunião “sem registro na agenda” no dia 15 de abril com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). Segundo o depoente, o que houve foi uma “audiência coletiva” no ministério, por iniciativa da Frente Parlamentar da Indústria Pública de Medicamentos, coordenada por Barros, com a presença de Queiroga e de outras seis empresas além da Belcher, e que nesse dia não se tratou da vacina Convidecia. 

 

Belcher atuou como intermediária do laboratório chinês CanSino na negociação com o Ministério da Saúde pelo fornecimento de 60 milhões de doses da vacina Convidecia ao custo de R$ 5 bilhões. 

 

Catori traçou uma cronologia da relação entre sua empresa e a chinesa CanSino. Como representante da CanSino, por meio de uma carta de intenções, a Belcher teria se reunido em maio com o Ministério da Saúde e a Anvisa, para a venda de 60 milhões de doses. Mas em 10 de junho, alegando razões de compliance, a CanSino revogou unilateralmente a relação com a empresa de Catori — segundo ele, sem que “sequer tenha havido a primeira rodada comercial” com o ministério. 

 

A Belcher tem sede em Maringá (PR), que já teve como prefeito o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Outro sócio da Belcher é Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, que é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, ex-diretor da Urbamar (Urbanização de Maringá) durante a gestão de Barros. Daniel Moleirinho também atuou na Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) durante o governo de Cida Borghetti (PP), casada com Barros.

 

Em seu depoimento, Catori também relatou as tratativas com o grupo de empresários liderado por Luciano Hang, Carlos Wizard e Alan Eccel para a compra de 9 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac. Segundo ele, as doses se destinavam exclusivamente a doação, e a negociação esbarrou no acordo de exclusividade entre a fabricante chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. 

 

Catori conta com habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, podendo assim ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo. A decisão foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.

 

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