O ex-presidente Michel Temer
(MDB), de 78 anos, se entregou à Polícia Federal (PF) em São Paulo na tarde
desta quinta-feira (9) para cumprir prisão após revogação do habeas corpus
que o mantinha livre. Ele deixou sua casa, na Zona Oeste da capital, e seguiu
escoltado até a Superintendência da PF.
Temer é acusado de
chefiar uma organização criminosa que teria recebido R$ 1,091 milhão em propina
nas obras da usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear. O
ex-presidente foi
denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção,
peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O Ministério Público
Federal do Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas,
prometidas ou desviadas pelo suposto grupo chefiado pelo ex-presidente
ultrapassa R$ 1,8 bilhão.
Também se entregou à PF
na tarde desta quinta João Baptista Lima Filho, o coronel
Lima, amigo do ex-presidente e sócio da empresa Argeplan. No início
da noite, Temer e Lima foram fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico
Legal (IML), na região central de São Paulo.
O desembargador Abel
Fernandes Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2), determinou
que Temer e Lima
devem ficar presos em São Paulo.
Por enquanto, Temer
ficará na sede da Superintendência da PF na Lapa, Zona Oeste da capital
paulista. Coronel Lima ficará no presídio militar Romão Gomes, na Vila
Albertina, Zona Norte.
A defesa do
ex-presidente pediu nesta quinta-feira (9) liberdade ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ). O ministro Antonio Saldanha, relator do pedido, disse que levará o caso
para discussão no STJ na próxima terça-feira (14).
"Temos uma
tradição na Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça de levar ao colegiado
casos de grande repercussão, é uma forma de privilegiar o princípio da
colegialidade", afirmou Saldanha.
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