O ex-ministro Henrique Alves (MDB), solto da custódia da Academia de
Polícia na última sexta-feira, (04), foi citado pelo juiz Sérgio Moro nas
investigações da chamada de Operação Deja Vu, a 51ª fase da Operação
Lava Jato que apura se US$ 54,5 milhões (cerca de R$ 200 milhões), de um
contrato de US$ 825 milhões envolvendo Petrobras e Odebrecht, tiveram
como destino propinas pagas a executivos da estatal e a partidos
políticos.
O contrato suspeito previa a prestação de serviços de
reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental,
elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos nas áreas de
segurança, meio ambiente e saúde em nove países, além do Brasil.
Ao
aprofundar as investigações, foram verificados ajustes nos contratos e
repasses a operadores João Augusto Rezende Henriques e Ângelo Tadeu
Lauria, que seriam ligados ao MDB – na época, PMDB. “Em uma das
reuniões, esses agentes se apresentavam como intermediários de
pagamentos a políticos do PMDB. O destino desses recursos será alvo de
investigações. Nossa suspeita é de que os pagamentos do PMDB eram
direcionados ao Eduardo Cunha [ex-deputado pelo PMDB, que presidiu a
Câmara dos Deputados durante o impeachment da presidente Dilma
Rousseff], e os do PT para João Vaccari Neto”, completou o procurador
Julio Carlos Motta Noronha. No despacho da 51ª fase da Lava Jato, o Juiz
Sérgio Moro afirma que pagamentos teriam sido feitos “especificamente” a Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e João Vaccari Neto.
Entre
os investigados estão os ex-integrantes da área internacional da
Petrobras Aluísio Teles Ferreira Filho, Rodrigo Zambrotti Pinaud e
Ulisses Sobral Calile. Segundo os investigadores, com a ajuda de
operadores financeiros, cerca de US$ 24 milhões tiveram como destino
contas de agentes públicos ligados à Petrobras. Mais US$ 31 milhões
teriam como destino pessoas que se diziam intermediários de políticos
ligados ao então PMDB (atual MDB). Há, ainda, a suspeita de que o
ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tenha recebido parte dos
recursos.
Do Blog: O "Santo" dos 'Bacuraus', é mais uma vergonha nacional.
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