Um grupo de senadores começou a se mobilizar nesta
quinta-feira para evitar que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) se
livre da cassação do mandato no plenário da Casa. O temor de que o caso acabe
em pizza cresceu desde o depoimento técnico que Demóstenes prestou terça-feira
no Conselho de Ética, quando começou a aumentar o número de senadores que,
reservadamente, afirmam que os delitos do goiano são menores do que pareciam e
que, por isso, podem absolvê-lo. A estratégia desse grupo não é votar contra a
cassação, mas se ausentar.
Nesta quinta-feira, os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS),
Pedro Taques (PDT-MT), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e o relator do caso Demóstenes,
Humberto Costa (PT-PE), reuniram-se no plenário do Senado para definir
estratégias para evitar a pizza.
O grupo tem duas metas fundamentais: tentar uma alternativa
que force os senadores a abrirem seus votos e combater as ausências no dia da votação
em plenário. O voto para cassação de mandato é aberto no Conselho de Ética e
fechado no plenário.
Para Demóstenes ser cassado, será preciso que 41 senadores
apoiem o pedido de cassação. As ausências têm exatamente o mesmo efeito do voto
pela absolvição. Rollemberg, Taques, Ana Amélia e Humberto Costa definiram que
vão usar as redes sociais na internet para tentar irradiar o alerta de que o
senador que se ausentar da votação estará ajudando Demóstenes.
— Há um movimento
subterrâneo para incentivar a ausência — diz Rollemberg.
A meta do grupo ao
alardear a situação na internet é evitar que os colegas busquem desculpas, como
viagens profissionais e doenças de família, no dia da votação. Outra estratégia
do grupo é tentar garantir a publicidade dos votos no plenário do senador que
assim desejar.
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