27 de junho de 2009

Ex-DIRETOR AGACIEL MAIA TINHA SALA SECRETA NO SENADO


Uma sala secreta localizada no andar abaixo da diretoria-geral do Senado mostra o poder de força que o ex-diretor da Casa Agaciel Maia reuniu nos 14 anos em que ficou no comando administrativo da instituição. A sala foi ocupada por Agaciel no período em que esteve no cargo, mas até hoje está disponível para o uso da diretoria-geral.

A sala é uma espécie de escritório interligado ao gabinete do diretor-geral. Por trás de uma porta dentro do gabinete encontra-se uma escada que dá acesso à sala-secreta --situada exatamente abaixo da diretoria-geral. O local passou por reformas nos últimos meses, por isso não tem os móveis e objetos encontrados na gestão Agaciel.

Na época, segundo funcionários da diretoria-geral, a sala tinha sofás, televisão, mesas e cadeiras supostamente utilizadas pelo ex-diretor. Nenhum servidor soube informar as razões que levaram o então diretor a autorizar a construção da sala secreta, mas especula-se na Casa que Agaciel usava o local para realizar reuniões sigilosas no período em que estava no trabalho.

Procurado pela reportagem, Agaciel não foi encontrado para comentar a sala secreta. O ex-diretor é responsável por assinar grande parte dos 663 atos secretos editados pelo Senado nos últimos 14 anos.

Reportagem mostrou que o ex-diretor usou atos secretos para elevar seu salário para um patamar acima do teto de servidores públicos. De acordo com informações prestadas à Receita Federal pelo Senado, ele recebeu R$ 415 mil em 2006.

Agaciel também foi acusado por João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, de operar um esquema de desvio de recursos da instituição por meio de empréstimos de crédito consignado. O ex-diretor-geral do Senado foi afastado do cargo depois que a Folha revelou que ele é proprietário de uma mansão no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, declarada em nome do seu irmão para supostamente evitar que listasse na sua declaração de renda.

Agaciel pediu nesta quinta-feira uma licença de 90 dias para a instituição, uma vez que é alvo de uma série de comissões de sindicância na Casa para apurar seu envolvimento nas irregularidades.

O ex-diretor afirma que tem sido vítima de acusações 'absurdas e descabidas' e solicitou ainda uma perícia em todos os atos secretos que teriam sido identificados pela comissão instalada pela primeira secretaria da Casa.


Fonte: Folhaonline



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