A mulher de 29 anos e a filha de 2 anos resgatadas de cárcere privado na cidade de São Bento, no Sertão da Paraíba, estavam sendo mantidas trancadas dentro de casa com um cadeado pelo companheiro da vítima e pai da menina, um homem de 59 anos. As informações são da Polícia Civil e estão de acordo com o relato da mãe da criança na delegacia. No depoimento, a mulher disse ainda que passava fome e que o homem havia instalado uma câmera no banheiro para chantagear divulgar imagens íntimas dela, caso procurasse a polícia.
Em depoimento à polícia, a vítima disse também que possuía um telefone celular para fazer contato com a família, mas que esse contato era controlado e manipulado pelo homem, que determinava o que ela poderia falar. Além disso, ela relatou que era xingada com frequência, sobretudo depois do companheiro ter contraído HPV e a culpava por isto.
No relato, a vítima disse ainda que só saía de casa para ir ao médico com a filha e que elas eram obrigadas a se cobrirem com um cobertor para não serem vistas, nem saberem onde estavam.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Sheldon Andrius, a vítima apresentou laudos de que contraiu HPV e de que está com anemia, devido à deficiência em vitamina D por não sair no sol.
A mulher disse que as ameaças eram constantes e que o homem usava arma de fogo e facas para intimidá-la.
Ao ser interrogado sobre essas acusações, o suspeito negou que matinha a mulher e a filha em cárcere privado. Segundo ele, a mulher tinha liberdade para ir e vir e ela e a filha não eram agredidas. O suspeito falou também que não possuía arma de fogo, nem comportamento agressivo.
Ele confirmou ter descoberto que havia contraído HPV, mas negou ofender a mulher em função disso, bem como negou que deixava a mulher e a filha passarem fome. Com relação ao telefone, ele disse que tomou o celular da companheira porque ela não estaria cuidado bem da criança e que ela mesma dizia aos familiares que morava em João Pessoa.
Sobre a câmera instalada no banheiro, o homem disse ao delegado que isso não era verdade. Já com relação ao fato das vítimas saírem de casa com o cobertor, ele disse que isso era uma escolha da mãe.
Na casa onde mãe e filha estavam trancadas, foi apreendido o notebook do suspeito, que será periciado para averiguar se há as imagens mencionadas no depoimento da vítima, uma vez que ela disse que ele havia instalado uma câmera no banheiro para filmá-la e chantageá-la, mas essa câmera não foi encontrada no local, segundo o delegado Sheldon Andrius.
O homem suspeito de manter a filha e a companheira em cárcere privado, trancadas em casa com um cadeado, estava trabalhando em uma empresa de material de construção quando foi preso em flagrante.
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