No 21º dia de greve de policiais e bombeiros militares no Rio Grande do Norte e 20º da Polícia Civil, o governador Robinson Faria falou abertamente pela primeira vez sobre o tema. Durante encontro com a imprensa nesta segunda-feira (8), Robinson reconheceu o direito dos policiais de receberem os seus salários e argumentou que a população também tem direito à segurança. “É direito sagrado do policial receber salário em dia e do cidadão ter segurança”.
Além disso, o governador também disse que não pediu a prisão dos grevistas. “O governo não pediu punição dos policiais, pediu para que a greve acabasse, porque de acordo com a lei brasileira não é permitida greve de policial. O governador não pediu para punir, para prender policiais”, declarou.
Robinson Faria disse ainda que “prestigiou” a polícia com aumentos e promoções durante seu mandato, e que espera que a greve seja finalizada após o pagamento dos salários de dezembro que, segundo ele, deve ser efetivado entre os dias 11 e 12 deste mês de janeiro. Segundo ele, por telefone, ele pediu ao presidente Michel Temer a renovação da presença das Forças Armadas do RN. Desde o dia 30 de dezembro, 2,8 mil homens das Forças Armadas reforçam a segurança no estado.
Ainda segundo o governador, o decreto de calamidade na segurança pública vai servir para facilitar a compra de equipamentos que melhores as condições de trabalho dos policiais. “Isso de dizer que é falta de condição de trabalho não existe, nunca um governo deu tantas condições como estamos dando. O apelo que eu faço é que com esse pagamento que eu vou fazer acabe essa greve, ela está persistindo e tem por trás dela um componente político, que eu não concordo”, disse.
O governador falou ainda das propostas do Executivo para reduzir os custos da máquina pública e equilibrar as contas do Estado. “Não fui eu que quebrei o Rio Grande do Norte, não fui eu que quebrei o Brasil. Estamos lutando contra essa crise. Temos duas medidas: uma imediata, conseguir recursos para tirar o estado dessa crise aguda; e a outra, colocar o Estado nos trilhos, que a despesa caiba dentro da receita”, finalizou.
O governo não conseguiu cumprir um calendário que havia divulgado no dia 21 de dezembro de pagamento dos salários. O próprio governador Robinson Faria chegou anunciar que o Estado receberia uma ajuda financeira de R$ 600 milhões do governo federal para pagamento da folha. Mas o Ministério da Fazenda negou o repasse após recomendação do Ministério Público de Contas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário