A defesa do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), entregou na tarde desta sexta-feira (27) uma petição ao Conselho de
Ética da Casa na qual tenta impedir que processo que o investiga no colegiado
analise denúncia sobre suposto recebimento de propina.
O processo do Conselho de Ética que investiga Cunha foi
aberto em 2015 para apurar a suspeita de que o peemedebista mentiu à CPI da
Petrobras ao negar ter contas bancárias na Suíça. Ele continua negando ser o
dono das contas, mas admite ser o beneficiário de fundos geridos por trustes
(entidades legais que administram bens e recurso). O processo pode resultar em
punição que varia desde advertência até cassação do mandato.
No entendimento da defesa, outras denúncias que envolvem o
presidente afastado, como o fato de ter supostamente recebido propina de um
contrato da Petrobras, não podem ser objeto de investigação pelo Conselho de
Ética.
Inicialmente, o relatório preliminar aprovado no colegiado
(e que autorizou a continuação do processo) continha somente a acusação de que
Cunha teria recebido propina de contrato com a Petrobras. Para viabilizar a
aprovação do relatório e conseguir os votos necessários, porém, o relator,
deputado Marcos Rogério (DEM-RO) retirou esse ponto, mas colocou uma observação
de que a investigação poderia ser ampliada caso surgisse algum outro fato.
A defesa de Cunha
questiona a possibilidade de incluir nova denúncia na atual etapa do processo.
Para os advogados do peemedebista, a eventual inclusão pode tornar o processo
nulo.
"É inaceitável
que se inclua uma nova acusação nesta fase processual (após a finalização da
instrução), seja por deslealdade processual, seja por absoluta legalidade, com
o objetivo de se fabricar provas que não existem, razão pela qual essa
tentativa ilegal de inclusão de nova acusação neste momento processual seja
repelido com veemência", diz a petição.
Durante a fase de coleta de provas, testemunhas ouvidas pelo
colegiado mencionaram o pagamento de propina a Cunha e Marcos Rogério decidiu
conceder um prazo de até cinco dias úteis para a defesa se manifestar sobre
esses fatos – o prazo terminou nesta sexta-feira.
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