29 de janeiro de 2015

CATADORA QUE DEVOLVEU R$ 250 MIL SEGUE ROTINA DURA E AGUARDA EMPREGO

A catadora de recicláveis Ana dos Santos Cruz, de 23 anos, completa nesta quinta-feira (29) quatro meses na cooperativa de material reciclável em que trabalha atualmente. Quase uma semana depois de devolver R$ 250 mil em cheques de doações encontrados no lixo ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), ela ainda espera ser chamada para ser contratada pela unidade e mantém as esperanças de melhorar suas condições de vida.

Após promessa de novo emprego, Ana sonha em comprar casa própria (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)

Uma vaga de trabalho num dos principais centros médicos de tratamento oncológico do país foi a promessa, segundo ela, feita pela própria direção na última sexta-feira (23), como recompensa pelo ato de honestidade. "Henrique Prata [diretor do hospital] falou que eu poderia trabalhar lá a qualquer hora que eu quisesse", diz ela.

O hospital, no entanto, não confirma se haverá ou não contratação.

Encontrar os cheques de alto valor no meio do lixo e devolvê-los pessoalmente ao diretor do hospital, Henrique Prata, surgiu para Ana como uma chance de deixar o que ela hoje considera uma rotina difícil.

Ana devolveu os R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer de Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)

A catadora, que cuida do filho de 3 anos sem a presença do marido, preso por tráfico de drogas, relata que chega a trabalhar dez horas por dia recolhendo materiais recicláveis em pontos de coleta da cidade.

"Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. As mulheres só entram ali quando precisam muito. Eu sou a única mulher que entrou jovem lá", afirma a catadora, que conta que começa seu trabalho às 8h e termina por volta das 18h diariamente.

Apesar do esforço, o dinheiro que ganha ainda não foi o suficiente para que tenha sua própria casa para morar com seu filho Maurício, de 3 anos, e recomeçar a vida com seu marido. Atualmente, Ana vive com os pais na mesma casa em que foi criada pela família desde quando nasceu, na periferia de Barretos. "Não tenho condições de pagar aluguel."

"Jamais pensei em ficar com aqueles cheques. Os pacientes do hospital precisam muito mais do que eu", diz Ana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POLÍCIA CIVIL DO RN ELUCIDA CRIME E PRENDE SUSPEITO DE MATAR PSICÓLOGA NO INTERIOR DO RN

Policiais civis da 97ª Delegacia de Polícia de Assú (97ª DP), da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Núcleo de Investiga...