Interceptações telefônicas obtidas pelo Ministério Público do Rio
Grande do Norte (MPRN) com autorização judicial mostram que Wildson
Alves da Silveira, um dos chefes de uma facção criminosa que atua dentro
e fora de unidades prisionais potiguares, ordenava o cometimento de
crimes mesmo estando preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em
Bangu, na capital do Rio de Janeiro. Os áudios foram gravados durante as
investigações realizadas no âmbito da operação Conexão RJ, deflagrada
na manhã desta terça-feira pelo MPRN e pela Polícia Militar.
A operação cumpriu 8 mandados de busca e apreensão no Passo da Pátria,
comunidade na zona Leste natalense. Quando os policiais chegaram ao
local para cumprir os mandados, criminosos ainda não identificados
soltaram fogos de artifício para alertar os comparsas da presença da PM.
As ordens para os crimes, segundo as investigações do MPRN, foram dadas
por Wildson Alves da Silveira, conhecido como Binho Beque ou Leão, que
está preso em Bangu desde maio de 2017. Ele é fugitivo da cadeia pública
Raimundo Nonato Fernandes, em Natal. Binho é apontado como sendo um dos
chefes de uma facção criminosa que surgiu dentro de unidades prisionais
potiguares.
As investigações do MPRN, que tiveram o apoio do Ministério Público do
Rio de Janeiro (MPRJ), apontam que, usando um aparelho de telefone
celular, Wilson continuava comandando a facção criminosa de dentro do
Complexo Penitenciário de Bangu. Ele chegou a ordenar ataques a viaturas
da Polícia Militar em caso de os policiais entrarem no Passo da Pátria
para fazer patrulhamento e também sugeriu aos subordinados que
instalassem câmeras de segurança nas entradas da comunidade para que
pudessem controlar o acesso e a saída do local por vídeo-monitoramento.
Outra ordem dada pelo chefe aos demais integrantes da facção foi que
eles passassem a promover eventos e shows na comunidade com o objetivo
de aumentar o caixa do crime.
A Justiça do Rio Grande do Norte já ordenou que Wildson Alves da
Silveira seja recambiado para o Rio Grande do Norte para cumprir as
sentenças que é condenado. Essa transferência ainda não tem data para
ser realizada e depende de iniciativa da Secretaria da Administração
Penitenciária do RN (Seap).
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