8 de maio de 2015

ACUSADA DE MATAR FILHO COM VENENO EM SORVETE É PRESA EM FORTALEZA

Polícia constatou pesquisa sobre veneno no computador da mãe (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Cristiane Renata Coelho Severino, acusada de matar o filho, Lewdo Ricardo Coelho Severino, está presa em Fortaleza. Ela se apresentou à Justiça na tarde desta sexta-feira (8) e ficará detida na Delegacia de Capuras (Decap), no Centro de Fortaleza. Cristiane Coelho é acusada também de tentar matar o marido, o subtenente do Exército Brasileiro, Francileudo Bezerra Severino.

Na manhã desta sexta-feira (8), Cristiane Coelho foi considerada foragida por não ter se apresentado ao delegado Wilder Brito, do 16º Distrito Policial, confome estabelecido no mandado de prisão preventiva expedido pela juíza Daniela Lima da Rocha, da 3ª Vara do Júrido Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Por ter nível superior, Cristiane Coelho deverá ficar em prisão especial, provalmente no quartel do corpo de Bombeiros. Antes disso, ela deverá fazer exame de corpo de delito na Perícia Forense do Ceará (Pefoce), de acordo com titular da Decap, delegado Gustavo Pernambuco.

Ela teve a prisão preventiva decretada na terça-feira (5), pela juíza Daniela Lima da Rocha, que está respondendo pela 3ª Vara do Júri. A juíza também determinou a quebra de sigilo do perfil social em rede social (Facebook) e de e-mails da acusada e da vítima Francileudo Bezerra, relativo ao período de julho de 2013 a janeiro de 2015. A juíza entendeu que o "interesse público deve se sobrepor à proteção constitucional do sigilo individual, para aferição de possível coautoria do delito".

Na decisão, a juíza ressaltou que os laudos periciais somados aos depoimentos e acareações "demonstram, sem margem de dúvida, a materialidade delitiva, prova de onde também exsurgem mais do que indícios de que Cristiane Renata Coelho Severino utilizou-se de veneno para rato, conhecido popularmente por chumbinho, para ceifar a vida do filho e tentar contra a vida do marido”.

Cristiane Coelho foi indiciada no dia 27 de abril por tentativa de homicídio triplamente qualificado contra o então marido, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e por homicído triplamente qualificado do filho. Com a decisão, Cristiane passou à condição de ré em ação penal e tem prazo de 10 dias para apresentar a defesa das acusações.

Entre os agravantes dos crimes estão motivo torpe, com emprego de veneno, com recurso que torna impossível a defesa, além da vítima ser criança e filho de Cristiane. SE condenada, Cristiane Coelho pode pegar até 30 anos de prisão.

O crime
Na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato conhecido como "chumbinho". A substância foi encontrada na pia da cozinha da casa do casal. O pai ficou internado durante 32 dias no Hospital Geral do Exército, em Fortaleza, dos quais em coma por uma semana, e se recuperou.

O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. "A Cristiane, que dizia ter sido espancada pelo marido, matou o filho envenenado fazendo uso de sorvete de morango. Não há mais dúvida", afirmou o delegado Wilder Brito, presidente do inquérito.

A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.

Investigação
A perícia realizada nos equipamentos eletrônicos usados pelo casal - como notebooks e celulares-, aponta que a mãe da criança fazia pesquisas na internet sobre como envenenar pessoas com chumbinho desde o dia 29 de outubro. "Ela pesquisou como matar uma pessoa envenenada, de como seria a dosagem (...). O tempo para matar uma pessoa envenenada dura de 30 minutos a duas horas, dependendo da dosagem, do aspecto físico da pessoa. No caso da criança, é de 30 minutos. Ela estudou tudo isso durante o período em que ela dizia que estava dormindo", diz.

O documento detalha os termos de busca: "quanto tempo leva para morrer quem ingeriu chumbinho?"; "abordagem dos envenenamentos e das dosagens excessivas de medicamentos"; "matou mulher e ingeriu chumbinho"; "menina de 12 anos morre após ingerir chumbinho em Paulista"; "os elementos da morte" e "suicídio".

"Com a extração dos primeiros dados, nós percebemos que ela também ficou em redes sociais após a morte do filho, discutindo com os internautas, com as pessoas que estavam em uma rede social. Ela montou uma estrutura de defesa para ela. Mas se ela era a vítima, porque aquele comportamento sempre de defesa?”, questiona o delegado. De acordo com Wilder Brito, o planejamento do crime começou em junho de 2014.

Depois de cinco meses, o delegado Wilder Brito não tem dúvidas de que a mãe é responsável pelo assassinato do filho de 9 anos. "Não há uma prova, é um conjunto de provas que demonstra cabalmente que fica impossível a defesa fazer contestações (...). Cada laudo complementa o outro", explica o delegado.

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