21 de fevereiro de 2013

“QUERO DESENTULHAR A UTI”, DIZ TRECHO DE GRAVAÇÃO DE MÉDICA PRESA NO PR

Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica Virgínia Soares Souza, indiciada por homicídio qualificado contra pacientes da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, foram obtidos com exclusividade pela RPC TV, nesta quarta-feira (20). Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como “Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira”. A frase teria sido dita pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.

Virgínia dirigia o setor de UTI do Evangélico, onde trabalhava desde 1988. Ela está presa desde terça-feira (19) após investigações que duraram um ano e partiram de denúncias de funcionários. O conteúdo completo foi mantido em sigilo “por questão de ordem”, segundo a delegada Paula Brisola, do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) de Curitiba.

No depoimento, a médica nega que a frase captada tenha relação com matar pacientes para abrir mais vagas para pacientes conveniados na UTI. A prática foi denunciada por um ex-colega de trabalho, que preferiu não ser identificado. Segundo ele, Virgínia privilegiava atendimentos a pacientes particulares ou de convênio, em detrimento de internados pelo SUS.

Virgínia ainda disse não se lembrar de ter proferido outra frase que consta no inquérito investigativo. “Infelizmente é nossa missão intermediá-los do trampolim do além”, disse ela a familiares de um paciente, segundo a polícia. De acordo com o advogado da médica, Elias Mattar Assad, a cliente foi vítima de má-interpretação dos colegas de trabalho, que não entendem o jargão da medicina intensiva.

Foram interpretações equivocadas que deram. Por exemplo, quando o médico fala em reduzir os parâmetros do respirador, não quer dizer que vai matar o paciente. Significa que para cada paciente tem um nível que precisa ser modulado. Há uma série de equívocos”, apontou o advogado em entrevista.

O técnico em enfermagem Sílvio Almeida, que trabalhou no Evangélico, diz que o respirador era utilizado pela médica para abreviar a vida de pacientes. “A mínima quantidade de oxigênio que o respirador podia mandar, ela deixava - é sempre 21%. Eu já vi ela várias vezes desligando o respirador”, contou o ex-funcionário.

Fonte: G1.com

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