Condenado por abusos
sexuais de menores cometidos há duas décadas, o cardeal George Pell, ex-chefe
das Finanças do Vaticano, foi detido nesta quarta-feira (27) na Austrália. Ele
vai esperar pela sentença preso.
O tribunal de Melbourne
anunciará no próximo dia 13 de março a sentença. Pell pode pegar até dez anos
por conta das cinco acusações pelas quais foi declarado culpado.
A defesa apresentou uma
apelação em outro tribunal para estender sua liberdade mediante ao pagamento de
fiança, mas o cardeal de 77 anos retirou o recurso durante o dia.
Pell, o religioso de
mais alta categoria da Igreja Católica a ser considerado culpado por pedofilia,
saiu da sala em silêncio resguardado pelos guardas de segurança após ouvir do
juiz Peter Kidd que sua atitude foi "insensível e de uma descarada
ofensa".
O magistrado retirou a
liberação condicional ao cardeal, que foi considerado
culpado por um júri do tribunal estadual de Victoria, no dia 11 de
dezembro do ano passado, embora a decisão não tenha sido divulgada até ontem
por ordem judicial.
Durante a audiência, o
advogado do cardeal, Robert Richter, apresentou dez referências de
"caráter" de personalidades australianas que falam a favor de Pell,
incluindo a do ex-primeiro-ministro conservador John Howard.
Também foram
apresentadas duas declarações escritas sobre o impacto que os abusos causaram
nas duas vítimas de Pell, a que a imprensa solicitou acesso, o que foi negado
pelo juiz. Uma delas foi apresentada pelo único sobrevivente dos abusos,
enquanto a outra foi feita pelo pai da segunda vítima, que morreu de uma
overdose de heroína em 2014, e que planeja processar Pell pelos danos causados
ao seu filho.
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