A escolha do nome de um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei)
tem causado polêmica em Palmas. O problema começou após a prefeitura
enviar um projeto de lei para a Câmara de Vereadores criando seis novas
creches. Uma das unidades seria chamada de Arco-íris, mas o nome
encontrou resistência por ser "usado para a promoção do
homossexualismo", segundo o vereador Filipe Martins (PSC).
Conforme a Secretaria Municipal de Educação, o nome da creche foi
escolhido pela própria comunidade da Arse 102 (antiga 1.006 Sul). Porém,
a unidade teve o nome mudado a pedido do vereador.
O projeto com o novo nome foi publicado no Diário Oficial do Município,
na semana passada, após ser sancionado pela prefeita de Palmas. A
creche passou a se chamar Romilda Budke Guarda.
A mudança no nome da escola foi divulgada no próprio site do vereador:
"o objetivo é homenagear uma das pioneiras de Palmas como reconhecimento
pelos relevantes serviços prestados aos palmenses, além de substituir o
nome Arco-Íris, que apesar de ser um símbolo do cristianismo, também é
usado para promoção do homossexualismo", diz trecho de nota publicada.
Nas redes sociais, os internautas comentaram a medida aprovada pelos
vereadores. "É isso aí vereador, agora só falta trocar o veado das
placas nas rodovias que alerta sobre animais silvestres", comentou um
internauta.
"Eu que pensava que a buraqueira, a falta de iluminação pública,
segurança educação de qualidade fossem de maior necessidade [...] Deve
ser difícil para o senhor sair às ruas em dias de sol e chuva", comentou
uma mulher.
"O problema não é colocar o nome de uma pessoa. Porque se é uma pessoa
que tem serviços prestados, tudo bem. Só que ele foi eleito para cuidar
de tantas outras questões mas importantes do que isso", comentou o
professor Luciano Coelho, que é orientador educacional na rede municipal
de educação.
O vereador informou que pediu a mudança do nome após ser procurado por
moradores de uma quadra de Palmas para homenagear Romilda Budke Guarda,
que foi pioneira na região norte da cidade. Ainda segundo ele, o nome
fazia referência a uma única bandeira, mas a administração pública não
pode privilegiar nenhum grupo em detrimento dos demais.
"Além disso, o grupo LGBTi tem usado bastante a bandeira do Arco-íris.
Eles usam como símbolo deles. Então para não ter uma bandeira fizemos a
substituição, que é de direito do vereador. Já que essa bandeira tem
apologia do homossexualismo e estaria dentro de um centro infantil,
fizemos a alteração. Mas não tenho nada contra o homossexualismo."
Essa não é a primeira vez que a Câmara de Vereadores de Palmas se
envolve em polêmicas envolvendo questões de gênero. Em 2016, por
exemplo, os parlamentares aprovaram uma lei proibindo a discussão sobre ideologia de gênero (diversidade sexual) nas escolas municipais.
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