Uma curitibana conseguiu na Justiça Estadual do Paraná o direito de
cultivar e manusear maconha medicinal para uso próprio contra sintomas
causados por um tumor benigno no cérebro. A decisão é do fim de junho.
A doença se manifestou em 2010 e, segundo a paciente, arruinou a
qualidade de vida dela — houve pioras na mobilidade e na visão, fortes
dores de cabeça, fraqueza muscular profunda, perda de consciência,
espasmos musculares e alterações hormonais.
“Chegou ao ponto de não mais poder dirigir, não mais poder trabalhar,
não mais poder fazer as atividades básicas. Por mais que às vezes a
gente acredite que poderia ser sanado pelo tratamento convencional, não
teve o sucesso esperado”, conta a mulher, que prefere não se
identificar.
O tratamento convencional, ao qual ela recorreu inicialmente, envolve a
prescrição de oito medicamentos diferentes. A paciente seguiu a
recomendação à risca por mais de quatro anos, mas diz ter sentido uma
série de efeitos colaterais e progressiva ineficiência das doses.
Por isso, decidiu buscar tratamentos alternativos. Foi aí que
encontrou, em artigos científicos publicados na internet, a indicação do
uso do óleo de cannabis para o alívio das dores e dos espasmos. Com o
consentimento de seus médicos, passou a utilizá-lo como apoio à terapia
que já estava em curso.
"Houve uma melhora imediata, principalmente na parte de espasmos
musculares e de sono. Imediatamente quando você começa a utilizar o
óleo, você já sente a diferença na qualidade de vida absurda. Eu sempre
digo que não é o óleo só, mas é um olhar multidisciplinar do paciente,
onde também tem o olhar do médico e do tratamento com o óleo conjunto",
afirma.
A planta utilizada no óleo é rica em canabidiol (CDB), substância com
efeito anti-inflamatório, analgésico e neuroprotetor, e não tem
tetra-hidrocarbinol (THC) — ou seja, não há efeitos alucinógenos.
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