A Procuradoria Geral da República (PGR) apontou ameaça de morte a uma
testemunha da Operação Lava Jato supostamente a mando do presidente do
PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), e pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte foram denunciados nesta semana por suposta obstrução de Justiça,
segundo a PGR, por ordenar o ex-deputado Márcio Junqueira (ex-filiado
ao PP) a pressionar um ex-assessor e motorista a desmentir depoimentos
prestados à Polícia Federal.
Procurada, a assessoria do deputado enviou a seguinte nota: "Eduardo da
Fonte reitera que a acusação é completamente mentirosa e absurda e que
ele está à disposição da justiça para que os fatos sejam esclarecidos
rapidamente".
O advogado de Ciro Nogueira, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse
que a acusação contra o parlamentar é "fantasiosa", "criminosa" e de uma
"irresponsabilidade enorme".
Considerado um "arquivo vivo", José Expedito trabalhou para Ciro e
Eduardo da Fonte por mais de dez anos, sendo "pessoa próxima e de
confiança" dos parlamentares, incumbido de transportar dinheiro para
eles em diversas ocasiões, segundo a PGR.
Em setembro de 2016, José Expedito confessou os crimes à PF e entregou o
que diz serem provas. Segundo a PGR, em 2017, a mando de Ciro Nogueira e
de Eduardo da Fonte, Márcio Junqueira passou a exigir de José Expedito
uma "retratação" das revelações que fez nos depoimentos.
"A mando dos parlamentares, a partir de outubro de 2017, nos termos
retratados nesta denúncia, Márcio Junqueira ameaçou José Expedito de
morte, exigiu dele uma retratação em cartório do conteúdo dos
depoimentos que prestou à PF em 2016 (declaração ideologicamente falsa),
prometeu-lhe cargo público, casa, pagou-lhe despesas e fez entregas de
dinheiro —, tudo para comprar seu silêncio e, assim, prejudicar
investigações em curso", diz a denúncia.
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