Os índices de criminalidade no Rio Grande
do Norte e a discussão de soluções para a segurança pública marcaram o
primeiro debate na TV entre os oito candidatos ao Governo do Estado.
Realizado pela Band Natal, o encontro aconteceu na noite desta
quinta-feira, 16, e teve duração de mais de três horas.
O
governador Robinson Faria (PSD), candidato à reeleição, foi o mais
atacado. Em diversos momentos do debate, os adversários lembraram o
número de homicídios registrados no Estado em 2017 (mais de 2,4 mil,
segundo o Observatório da Violência Letal Intencional) e também mortes
de policiais (foram 21 só este ano).
“O
senhor foi eleito com um discurso de que seria o governador da
segurança. O senhor traiu a população do Rio Grande do Norte, pois foi
eleito prometendo resolver o problema”, destacou Freitas Júnior (Rede),
acrescentando que Robinson teria “matado” o empresário Dinobergh Almeida
(assassinado a tiros esta semana em Caicó) “quando deixou de fazer
concurso antes, equipar a polícia e reduzir a taxa de homicídios”.
Robinson
respondeu que a onda de violência é nacional, mas que sua administração
buscou enfrentar o problema. “O governo enfrentou as facções, colocando
bloqueador de celular nos presídios. Eu enfrentei, investi o dobro do
orçamento anterior. É fácil atacar, mas hoje isso é um drama brasileiro.
O Rio de Janeiro está com as Forças Armadas, mas não resolveu”,
argumentou, pedindo ainda mudanças na legislação: “A começar pela
audiência de custódia. A polícia prende e, no outro dia, o bandido está
solto”.
O candidato à reeleição disse
que, além disso, foi “boicotado” pela bancada de deputados e senadores
do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional. “Desarmaram o palanque em
Natal e montaram um em Brasília para me boicotar. E o ex-prefeito de
Natal [Carlos Eduardo Alves, candidato a governador pelo PDT] se
escondeu, não apareceu para ajudar o Estado. Segurança não é policial,
são ações de cidadania. Cadê os equipamentos de lazer e educação em
Natal?”, assinalou Robinson.
Carlos
Eduardo afirmou que não se omitiu durante o período mais crítico da
violência (a paralisação dos policiais militares em janeiro) e que,
enquanto prefeito de Natal, destacou efetivo da Guarda Municipal para
dar segurança à capital. “Mas a incompetência do atual governo levou o
Rio Grande do Norte a ser o estado mais violento do Brasil”.
“É
preciso investir na segurança, com tecnologia e inteligência. As forças
de segurança devem trabalhar treinadas, equipadas e motivadas. E
precisamos trazer o apoio do governo federal, que pode e deve ser
parceiro. Além disso, é investir em educação e criar oportunidades para a
nossa juventude”, afirmou o ex-prefeito da capital.
A
senadora Fátima Bezerra, candidata ao Governo pelo PT, prometeu que –
se eleita – vai atuar em cinco frentes para combater a violência. “Mais
policiamento, investigação eficiente, inteligência e produção de
conhecimento, retomada do controle do sistema prisional pelo Estado e
políticas de prevenção. Também precisamos valorizar os policiais,
garantindo regularidade nos instrumentos básicos de trabalho, como
fardamento, colete e munições”, assinalou a petista.
Carlos
Alberto, do PSOL, criticou o fato de o Estado ter investido apenas R$
13 mil em aprimoramento investigativo em 2015 e disse que o seu governo
destinará mais verbas para a área. “Nossa polícia está com pouca
tecnologia, não está moderna. As delegacias estão desestruturadas, não
têm apoio técnico. O policial está à mercê da bandidagem”.
O
candidato do PSTU, Dário Barbosa, apresentou a proposta de envolver a
população no debate. “Não tem solução imediata. É preciso fazer um
debate nacional com a população. Mas não é coisa para se resolver apenas
com policial. A sociedade tem de se envolver”.
Heró
Bezerra, do PRTB, se comprometeu a aliar, enquanto governador,
estratégias estaduais às nacionais. Ele é correligionário de Hamilton
Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL). “É
preciso moralizar a segurança. Estamos numa situação terrível,
horrível. Temos de apresentar soluções viáveis e concretas. Vou falar
com Bolsonaro e Mourão para me ajudar a fechar as fronteiras (sic) do
Estado, com um destacamento específico, por meio do projeto Elefante
Seguro. Será uma vigilância 24 horas das divisas com os demais estados,
parando carro, identificando bandidos e apreendendo armas”, concluiu.
O
debate contou ainda com a participação de Brenno Queiroga
(Solidariedade), que, embora não tenha sido perguntado especificamente
sobre o tema, fez críticas à atual gestão. Ele tem defendido medidas
enérgicas na área.
Fonte: Agora RN.
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