O delegado aposentado, Maurílio Pinto de Medeiros, 75 anos, uma das mais conceituadas referências do segmento, declarou, de forma taxativa, ser contra toda e qualquer tipo de paralisação da polícia.
Em declarações passadas concedidas à imprensa, o ‘Xerife’, como é mais conhecido no Estado, foi corajoso ao afirmar que o maior problema da polícia é a indisciplina e os principais responsáveis por isso eram os sindicatos de classe. À época, ele chegou a dizer que a polícia era refém dessas entidades.
Apesar dos relatos de más condições de trabalho, além dos salários atrasados, apontados pela categoria, ele não acredita que greves e paralisações de advertência sejam legais, tampouco viáveis a uma solução de enfrentamento à crise financeira que o Estado atravessa.
Para tanto, Maurílio lembra tempos difíceis, na gestão do ex-governador Geraldo Melo (PMDB), em meados de 80, quando ocorreu atrasos no pagamento da folha do funcionalismo público. Nesse período, destacou o Xerife, agentes e delegados da recém instituída Polícia Civil (1983) tentaram reivindicar com indicativos de paralisação. “Eu fui um dos que mais lutaram para que isso não acontecesse, ameaçando, inclusive, a entregar meu cargo de coordenador geral de Segurança, pois a pressão que a turma queria não adiantaria em nada. Pelo contrário, o prejuízo que a população potiguar iria sofrer seria incomensurável”.
Apesar das dificuldades ocasionadas pela falta de pagamento do salário dos servidores públicos em dia, onde o próprio Maurílio sente na ‘pele’ o atraso na sua aposentadoria, as soluções estão longe de aparecer com o aparato policial de braços cruzados, fato que ele tanto repudia.
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