15 de novembro de 2017

EX-GOVERNADOR DO MS, O FILHO, E MAIS 2 SÃO PRESOS EM AÇÃO QUE INVESTIGA FRAUDES

O ex-governador do Mato Grosso do Sul André Puccinelli, do PMDB, foi preso nesta terça-feira (14) durante a quinta fase da operação Lama Asfáltica, que investiga fraudes em licitações e contratos do estado.
 
 
 
O ex-governador André Pucinelli, do PMDB, foi acordado pela Polícia Federal e saiu do apartamento onde mora direto para a cadeia. Além dele, outras três pessoas tiveram a prisão decretada pela Justiça, inclusive o filho, o advogado André Pucinelli Júnior.
 
 
 
 
 
Entende-se que havia um comando na organização criminosa, que é exatamente na figura do ex-governador, que comandava, que tinha operadores e que também é beneficiário desse sistema de lavagem”, explicou Cleo Mazotti, delegado da Polícia Federal.
 
 
 
 
Segundo a investigação, o ex-governador de Mato Grosso do Sul exigia dinheiro para autorizar a redução de impostos das empresas do grupo J&F no estado. Ainda segundo os policiais que atuam no caso, a J&F pagava, como propina, 30% do valor que economizava. Esses acordos ainda previam aumento da produção e contratação de mais funcionários. Só que o governo nunca fiscalizava. Os investigadores também acreditam que André Pucinelli recebia até R$ 2 milhões por mês desse esquema.
 
 
 
 
 
Toda a Força Tarefa trabalha com o número de R$ 235 milhões efetivamente demostrados como prejuízo de recursos desviados ao erário”, afirmou José Paulo Barbieri, da Controladoria Geral da União.
 
 
 
 
 
O pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda falou sobre o suposto esquema em delação premiada. Ivanildo é apontado pela Polícia Federal como o operador financeiro do ex-governador durante sete dos oito anos do mandato dele, que terminou em 2014. O pecuarista disse que entregava pessoalmente a propina a Pucinelli.
 
 
 
 
Pergunta: O senhor lembra, aproximadamente, o montante que o senhor entregava para o governador?
 
 
 
 
Ivanildo: “No início, uns R$ 400 mil, 300 e poucos mil, R$ 400 mil, próximo disso aí. No início. Aí as coisas foram aumentando”.
 
 
 
 
Ivanildo Miranda disse que buscava o dinheiro, em espécie, em São Paulo, e levava para Campo Grande em um avião particular. As entregas eram feitas no apartamento do ex-governador. “Eu chegava tipo 6h, seis e pouquinho, na casa dele, na casa, no apartamento dele, e levava”, disse Ivanildo.
 
 
 
 
 
O operador disse, ainda, que chegou a transportar R$ 10 milhões para Pucinelli. Ele conta que pegou o dinheiro com uma mulher, em São Paulo. “Ela me entregou R$ 2 milhões, simples, passando pedreiro, tudo, ela me entregou dois milhões em uma caixa de isopor. Poucos dias, eu peguei os dez milhões nessa casa. Esse dinheiro foi entregue para o governador. Por sinal deu um trabalho terrível, porque era muito pesado. Ainda eu brinquei com ele e falei que era peixe”, contou Ivanildo.
 
 
 
 
 
O advogado de André Puccinelli e de André Puccinelli Junior disse que vai pedir o habeas corpus porque o ex-governador não é processado e foi ouvido apenas em termos de declaração. André Puccinelli Junior nega qualquer irregularidade. O grupo J&F não quis comentar as denúncias.

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